A Província Santa Cruz, através de seus frades, presta serviço em defesa dos direitos da sociedade e ecologia.

Na área da educação informal, a Educafro Minas (Pré-vestibular comunitário para Negros e Pessoas da Camada Popular), através de núcleos de cursinhos comunitários localizados em diferentes cidades de Minas Gerais, procura inserir a população de baixa renda e negra no ensino superior público e privado.

Na militância ecológica, atuamos no Sifrajupe (Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia), na Ordem e na Família Franciscana, atuando em diversos níveis: local, estadual, brasileiro, continental e mundial. Também na Irradicação da eliminação da hanseníase.

No âmbito da Família Franciscana, a Província Santa Cruz cuida da animação e assistência da Juventude Franciscana (Jufra), da Ordem Franciscana Secular (OFS) e da Pequena Família Franciscana (PFF).

A Educafro Minas é um pré-vestibular comunitário que faz parte da rede EDUCAFRO – EDUCAÇÃO E CIDADANIA DE NEGROS(AS) E PESSOAS DA CAMADA POPULAR.

Trata-se de uma proposta de inclusão que se organiza em rede, na autogestão e no trabalho voluntário, visando fortalecer a cidadania através do acesso à educação superior.
Tem como público-alvo cidadãos negros e aqueles de baixa renda. Seu princípio fundamental é trabalhar a idéia da cidadania por meio da inclusão destas pessoas no sistema de ensino superior público, bem como discutindo temas caros ao projeto como: direitos, discriminação racial, racismo, gênero, cidadania, etc.

 

Objetivos

• Tornar possível o ingresso e permanência de negros/as e pessoas da camada popular na Universidade.
• Promover a cidadania através das aulas de Práticas de Cultura e Cidadania, participação em projetos e assembléias.
• Melhorar a qualificação dos/as educandos/as para o mercado de trabalho, possibilitada pelo melhor nível educacional.
• Formar cidadãos/ãs ativos/as que possam atuar junto à comunidade.Ampliar horizontes e aumentar a auto-estima dos/as alunos/as.
• Desenvolver e incentivar a formação de novos núcleos em outras comunidades, através da formação de multiplicadores.
• Possibilitar a troca de experiências entre educandos e educadores e coordenação com a finalidade de se conhecer e trabalhar em rede, isto é, pensar globalmente e atuar localmente.
• Conhecer a realidade e formação de cada educando no intuito de valorização de sua história e pensamento.

História da Educafro

Em Minas Gerais, o primeiro núcleo da Educafro foi criado na cidade de Passos, sul de Minas, em 1998 recebendo o nome de Dércio Andrade. De lá para cá, outros surgiram, como por exemplo, o núcleo Laudelina Campos Mello em Poços de Caldas, Iê em Campo Belo e Libertas em São João Del Rei, todos estes no ano de 2004.

Logo, em 2005 surgiu o núcleo Trilhando Caminhos, em Montes Claros, Usina dos Sonhos em Itaúna e no ano seguinte surgem os núcleos de Botelhos, na cidade de Botelhos, Sol em Pará de Minas e no segundo semestre de 2006 surge o núcleo Nova Pampulha em Ribeirão Neves. Em Belo Horizonte, o primeiro núcleo – Águia – foi fundado em 2003, no bairro São José, no ano seguinte surgiu o Núcleo A.V.E. (Aprendendo Vivendo e Ensinando) no bairro Suzana.

No ano de 2005, os franciscanos de Minas decidem apoiar o projeto, através da Casa de Santo Antônio, montando um escritório que disponibilizasse telefone, computador, arquivo, dentre outros, além de contratar duas funcionárias para operacionalizar uma rotina de trabalho, enfim, criou uma estrutura mínima de coordenação a fim de fortalecer a presença da Educafro no Estado, de motivar a atuação e articulação dos núcleos levando em consideração as especificidades da realidade mineira. A atual mantenedora da Sede Regional é a Associação Franciscana de Educação e Assistência Social, também ligada aos frades franciscanos.

Deve-se ressaltar que a Casa de Santo Antônio atua no projeto Educafro interferindo no funcionamento da coordenação regional, já em relação aos núcleos existentes em Minas Gerais, cada cursinho tem autonomia suficiente no que tange ao seu desenvolvimento e funcionamento.

Atualmente existem 10 (dez) núcleos da Educafro, 05 (cinco) na região metropolitana de Belo Horizonte e 05 (cinco) no interior de Minas Gerais, sendo eles Ação e Ousadia (Ibirté), Águia (São José), Betim, Nacional (Contagem), Atitude (Ipatinga), Dércio Andrade (Passos), Estrelas do Amanhã (Itaú de Minas), Laudelina Campos (Poços de Caldas) e Pedra Negra (Governador Valadares).

Em todos os núcleos se procura, além das aulas convencionais, trabalhar a dimensão da cidadania, da formação da consciência crítica de todos os envolvidos, da participação, da solidariedade, do respeito à diversidade, enfim, o núcleo de pré-vestibular como espaço de atuação e de gestação de sonhos coletivos.

Na Ordem dos Frades Menores, o Secretariado de Justiça, Paz e Integridade da Criação foi criado com a missão de despertar entre os frades a consciência de que justiça, paz e ecologia são elementos fundamentais do carisma franciscano. Como franciscanos, somos defensores da esperança, da dignidade humana e da sacralidade de toda criatura, abertos ao ecumenismo e ao diálogo com as culturas e religiões.

Os Estatutos Gerais da Ordem dos Frades Menores definem a tarefa do Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação da seguinte forma: “A principal tarefa do Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC), sob a dependência do Ministro Geral é:

Cuidar que a JPIC faça parte da vida e da missão da Ordem, com a cooperação dos animadores e das comissões de JPIC de todos os níveis, colaborando com o Secretariado para a Formação e os Estudos e com o Secretariado para a Evangelização.
Instruir os irmãos sobre questões relacionadas à JPIC.
No Brasil, a sigla foi abreviada para JPE – Justiça, Paz e Ecologia. No âmbito da Família Franciscana, a sigla é maior: Sinfrajupe – Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia.

Como valores do Reino e critérios de sua presença, o Sinfrajupe:

Testemunha a JUSTIÇA que, pela mística e pelo método da não-violência ativa, recria a fraternidade e, profeticamente, denuncia a violência que massacra a vida, o modelo econômico concentrador e perverso que, enquanto desenvolve alta tecnologia e domina a natureza, cria miséria, gera morte e compromete o planeta.

Busca a PAZ, característica dos filhos e filhas de Deus – criador da vida e libertador dos pobres – fruto da partilha, comunhão e solidariedade, como prática nova que restitui a dignidade dos excluídos, consciência aos marginalizados, fartura aos famintos, liberdade aos oprimidos.
Proclama a ECOLOGIA, como integridade da criação, harmonia da vida, equilíbrio da natureza e a descoberta do sentido e razão de ser tudo o que existe.

A Marcha Franciscana tem como objetivo conscientizar a respeito da situação ecológica atual e promover a atitude franciscana de cuidado com a Criação e reverência ao Criador; estabelecer um relacionamento fraterno entre os peregrinos e os irmãos das comunidades acolhedoras; defender a revitalização do rio São Francisco; celebrar a vida em suas diversas expressões e entoar um louvor de gratidão a Deus. A Marcha Franciscana é um espaço de evangelização na dimensão da Justiça, Paz e Integridade da Criação, uma experiência de oração, simplicidade, desapego e convivência fraterna. Possui caráter ecumênico e acolhe pessoas de diferentes crenças religiosas.

Inicia-se na cidade de Capitólio – MG, com a celebração eucarística de envio, e termina na cidade de São Roque de Minas, com a missa na Nascente do São Francisco. São propostos cerca de 110 km de peregrinação, em cinco dias, com pequenas variações de percurso em cada edição. Nas primeiras caminhadas, participavam aproximadamente 60 pessoas, anualmente. Nas últimas cinco edições, a média é de 90 peregrinos por ano. Participam da Marcha pessoas de diversas faixas etárias, desde adolescentes a idosos. Centros comunitários, fazendas e escolas abrigam os caminhantes para descanso e dinamização do evento.

Atualmente, a Marcha é organizada por frades franciscanos da Província Santa Cruz, leigos(as) franciscanos(as) da Ordem Franciscana Secular, Amigos(as) de São Francisco e simpatizantes do carisma franciscano.

Nos últimos três anos, antes de sair pelas estradas, acontece um dia de reflexão mais intensa sobre o tema em questão e maior integração entre os participantes. Todos os dias a caminhada inicia-se em silêncio, que dura até o nascer do sol, quando se canta um mantra de louvor a Deus e de saudação ao novo dia. Busca-se a contemplação da natureza, a tomada de consciência do vigor do próprio corpo e de seus limites, a prática da atenção e cuidado com o outro, a centralidade da fraternidade nas relações e grupos de vivência e partilha. Durante o percurso são realizadas pausas para oração, reflexão espiritual, abordagem de assuntos relacionados à temática escolhida, propostas de gesto concreto e meditação. O caminho é animado pela partilha de vida e diálogo entre os peregrinos. Pela noite, todos os dias, há um momento celebrativo e orante com as famílias e comunidades eclesiais nas quais o grupo de peregrinos se faz presente.

Destaca-se a importância do lúdico na caminhada. No final de cada dia, os peregrinos se confraternizam com música, dança e conversa.

Últimos Temas da Marcha Franciscana, refletidos durante a caminhada:

2007: Rio São Francisco: vida e resistência!
Pela revitalização do Rio São Francisco!

2008: Terra, nosso Lar!
Conscientize-se e comprometa-se.

2009: 800 Anos do Carisma Franciscano.
Reviver o sonho de Francisco e Clara de Assis.

2010: Para dar graças a Deus!
Comemoração dos 10 anos da Marcha Franciscana

2011: Fraternidade e a vida do Planeta.
A criação geme em dores de parto.

2012: Macroecumenismo e Justiça Ambiental.
As Religiões e o cuidado com a Terra.

2013: A água é nossa irmã.
Franciscanismo e a denúncia da mercantilização da vida!