Quem são as pessoas hoje que escolhem a vida religiosa?

Quem são as pessoas hoje que escolhem a vida religiosa?

Tradução de Frei Eliseu Tijdink

Pesquisa da Plataforma Otheo – 02/09/2025 Tradução de Frei Eliseu Tijdink

A plataforma de mídia católica belga “Otheo”, levantou a seguinte questão: quem são as pessoas hoje que escolhem a vida religiosa em uma comunidade apostólica ou contemplativa, ou em um novo movimento? A socióloga Isabelle Jonveaux, da Universidade de Friburgo (Suíça), investigou as origens e motivações dos noviços e dos de profissão temporária na França, Suíça e Áustria.

Em relação à França, ela recebeu 157 respostas. Um terço delas veio de noviços e dois terços de professos temporários. Dos entrevistados, 52,2% pertencem a uma ordem apostólica, 34,4% a uma nova comunidade (principalmente Chemin-Neuf) e 9,6% a uma comunidade monástica contemplativa.

A Pesquisa mostra claramente que a idade de ingresso dos homens varia muito dependendo do tipo de comunidade escolhida: 26 anos para as novas ordens que oferecem alguma atração, 28,7 anos para as ordens apostólicas e 31,2 anos para os mosteiros de clausura.

A maioria dos entrevistados tem formação católica tradicional: foi batizada na infância e crismada na adolescência. 76% frequentavam a missa todos os domingos com os pais. 57% dos homens e 28% das mulheres serviam como coroinhas. Metade dos entrevistados também era membro de um movimento juvenil (principalmente Escoteiros e Guias da Europa).

Motivações

A análise traça o retrato de uma geração em busca de conexão e espiritualidade. Os seguintes termos-chave emergem das respostas à pergunta sobre o que atrai na sua comunidade:

1- Fraternidade (33 vezes)

2- Espiritualidade’ (33 vezes)

3- Alegria (27)

4- Oração (19)

5- Liturgia (18)

“Tudo que é relacionado à educação, à saúde e ao trabalho missionário não é mais abordado”, observa Jonveaux. “É por isso que as comunidades apostólicas de mulheres do século XIX não são mais tão bem-sucedidas quanto antes.”

A socióloga oferece uma dupla explicação para isso. Por um lado, ela vê uma necessidade renovada de oração e transcendência. Por outro, é o resultado do fato de que a vida religiosa na Europa não tem mais status social. Aqueles que desejam trabalhar na educação, na saúde ou em países em desenvolvimento têm caminhos mais óbvios.

O Encontro é crucial, o físico e o digital

Por fim, o estudo mostra que os encontros pessoais continuam sendo cruciais para a descoberta de uma vocação religiosa. Para um quarto dos entrevistados, a descoberta da comunidade ocorreu por meio de um encontro direto com um de seus membros. Mas a visibilidade digital também é importante.

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