XVIII Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS)- segundo dia

XVIII Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS)- segundo dia

Equipe de Serviço Social se revezou na apresentação do pôster sobre o Programa de Gratuidade Educacional e nas palestras da manhã no XVIII CBAS.

O segundo dia do XVIII Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) começou agitado para a equipe de Serviço Social. Das 9h às 13h, a equipe se revezou na apresentação do pôster sobre o Programa de Gratuidade Educacional e nas palestras da parte da manhã do evento. Mais de 4 mil congressistas passaram pelo espaço reservado às apresentações — uma verdadeira maratona!

No meio da manhã, a palestra Justiça Ambiental e Defesa da Diversidade dos Povos e Biomas: o Serviço Social e sua contribuição no debate da questão ambiental trouxe para a mesa os maiores especialistas na temática, contribuindo significativamente para a construção de um pensamento que vem sendo trabalhado pela categoria profissional desde o mês de maio, quando o CFESS lançou o lema: A gente defende a justiça ambiental para combater a desigualdade social. Os debatedores foram Raquel Santana, Maria das Graças e Silva e Patrício Ribeiro.

Maria das Graças afirmou que justiça ambiental implica reconhecer que vivemos uma crise/encruzilhada histórica, com a mudança drástica do clima que fatalmente irá impactar a todos, mas sobretudo os mais pobres. Segundo ela, existe uma incapacidade global de transformar o lixo/dejetos de forma adequada e comprometida com a natureza. Para Maria das Graças, o desafio é diminuir o consumo, afastar o planeta dos pontos de não retorno e cuidar da vida dos povos.

Raquel Santana iniciou sua fala trazendo uma provocação: as lutas pelas quais estamos gastando energia têm significado? Elas constroem possibilidades? E, citando Ailton Krenak, perguntou: há, verdadeiramente, a possibilidade de adiarmos o fim do mundo? Segundo ela, é essencial voltarmos o olhar ao racismo ambiental, pois ele emerge neste contexto de urgência da crise climática, que tem deixado os pobres periféricos cada dia mais vulneráveis. Raquel afirmou ainda que a disputa pelas terras raras perpetua e intensifica esse movimento, pois expulsa os povos tradicionais e quilombolas de seus territórios.

Patrício Ribeiro, professor de Serviço Social e morador da região amazônica, trouxe o contexto da COP 30, exaltando a Cúpula dos Povos e afirmando que a COP foi um balcão de negócios para instituições internacionais acessarem a riqueza da nossa terra, sem qualquer compromisso com os povos que a preservam.

Na parte da tarde, a Conferência 3 trouxe como tema A unidade de exploração e opressão da sociedade capitalista e os atravessamentos no trabalho profissional de assistentes sociais. Estiveram na mesa as palestrantes Cristiane Sabino, Verônica Ferreira e Maria Helena Elpídio, que foram categóricas ao afirmar que a exploração e a opressão da sociedade capitalista estão intimamente ligadas à exploração e opressão de mulheres pretas periféricas. Ressaltaram que nosso compromisso deve ser pelo fim da escala 6×1, que oprime especialmente as mulheres. Afirmaram que o movimento da direita só trouxe perdas para os mais explorados pelo capitalismo.

As palestrantes falaram ainda sobre a espetacularização da violência, na qual a sociedade anestesiada é levada a acreditar que a única forma de vida é a cultura da morte, sustentada pelo discurso “ou eles ou nós”. Por fim, depois de calorosas discussões, concluíram que o Serviço Social está em luta pela vida!

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