“Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens do seu agrado”.
Jesus, filho de Maria, é o Príncipe da paz. No primeiro dia do ano celebra-se Maria como “Mãe de Deus – Theotokos“, o seu mais honroso título, proclamado em Éfeso. É um ato de fé na divindade de Cristo desde o primeiro momento da sua vida no seio materno. Por isso, com razão festejamos Maria como Mãe de Deus. Há uma relação de maternidade entre Maria e Jesus, segunda pessoa da Trindade divina. Deus, criador de tudo, quis escolher uma criatura humana para ser mãe de seu Filho Jesus, que nela encarnou e se fez homem verdadeiro, “nascido duma mulher”, como afirma categoricamente S. Paulo e referem claramente os Evangelhos.
A relação de Maria com Jesus, segunda pessoa da Trindade, constitui o centro de toda a mariologia. Não podia deixar de estar no centro do capítulo 8 da Lumen Gentium, onde o Concilio Vaticano II tratou amplamente da Virgem Maria. Com efeito, a maternidade divina representa a principal missão e a suprema glória de Maria, por lhe conferir uma relação com Deus absolutamente única. Mas é necessário entender corretamente o título de Mãe de Deus. Ele não significa que Deus tenha uma mãe como nós temos; não foi Maria que conferiu a Cristo a natureza divina, que ele já possuía desde sempre. A grande maravilha, o acontecimento supremo da história, é que “o Verbo se fez homem e veio viver conosco” (Jo 12,14). Para entender corretamente o título supremo da Mãe de Deus, temos de nos deslocar de Maria para Jesus. Os evangelhos nunca chamam a Maria “Mãe de Deus”, mas “mãe de Jesus”. Só na medida em que entendermos bem quem é o filho de Maria é que compreenderemos quem é a sua mãe. A história da Igreja mostra o caminho. Em 431, o Concilio de Éfeso teve a preocupação de resolver o problema cristo lógico, reafirmando, contra Nestório, que Cristo era uma só pessoa. Como consequência lógica, resultava o título de Maria como “Mãe de Deus”. Mas só 20 anos mais tarde, em 451, o Concilio de Calcedónia definiu esse título como dogma; e também então a finalidade principal era afirmar a doutrina exata sobre Jesus como verdadeiro Deus, encarnado no ventre de Virgem Maria. Assim se pretendeu defender e reconhecer a divindade de Jesus, filho de Maria.
Se a liturgia celebra no primeiro de janeiro a maternidade divina de Maria, vem muito a propósito celebrar também o dia mundial da paz. Quando ela deu à luz o filho, os anjos anunciaram uma mensagem de paz e fraternidade universal: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens do seu agrado”. Jesus trouxe a verdadeira paz, que o mundo não conhece nem pode dar: é o laço de união entre Maria e a paz. Com seu constante apelo à conversão, ela continua a chamar e reunir os filhos dispersos para os conduzir ao seu divino Filho, Jesus.
Reflexão:
1- Que tipo de paz eu tenho buscado: a paz fácil do silêncio e da indiferença ou a paz verdadeira que nasce da conversão do coração?
2- De que forma posso ser, neste novo ano, instrumento da paz que Cristo trouxe ao mundo?
3- O que preciso mudar em mim para viver esta paz inquieta experimentada por Francisco de Assis ?
Fonte: Santos Franciscanos para cada dia





