Frei Lucas Chaves Farias, ofm

A pastoral dos migrantes e refugiados, desenvolvido no bairro Bandeirinha na cidade de Betim-MG, é um projeto que conta com a colaboração dos frades franciscanos, das Irmãs Carmelitas Missionárias, padres da Companhia de Jesus e diversos leigos. Essa rede de apoio foi criada para alcançar o máximo possível desses nossos irmãos e irmãs que chegam da Venezuela na região metropolitana de Belo Horizonte.
Fundamentada na justiça social e na solidariedade, a pastoral dos migrantes e refugiados trabalha para fornecer assistência prática, emocional e espiritual, de modo integral e sustentável às pessoas que são forçadas a deixar seus lares, por motivos políticos, insegurança, economia, desastres naturais, conflitos, perseguições, entre outras adversidades possíveis.
Acolher com amor e carinho esses nossos irmãos e irmãs que chegam aqui é cumprir o que o Jesus nos falou: “Eu era estrangeiro e me acolheste.” (Mt 25,35). No contexto atual, em que o mundo testemunha um aumento nas migrações forçadas devido a conflitos, mudanças climáticas e outros desafios globais, a Pastoral dos Migrantes e Refugiados desempenha um papel crucial na defesa dos direitos humanos e na promoção de uma resposta compassiva e solidária diante dessa situação complexa.
Como forma de garantir que os migrantes e refugiados tenham acesso às necessidades básicas, como alimentação, moradia, saúde e educação, além de prestar auxílio direto, a pastoral também trabalha junto com a sociedade para conscientizar sobre as dificuldades enfrentadas pelos migrantes e refugiados, promovendo ações que defendam a dignidade e os direitos dessas pessoas, influenciando políticas públicas e ações governamentais.
Com o desejo de que esses nossos irmãos e irmãs sejam acolhidos de forma digna e com respeito ao chegarem a novas terras, a equipe da pastoral auxilia os migrantes e refugiados na obtenção de documentos legais, vistos de residência e de trabalho, para poderem assim acessar os direitos e as oportunidades no nosso País.
Além desse suporte inicial, toda a rede de apoio acompanha os migrantes e refugiados em seu processo de integração nas novas comunidades. Isso pode incluir aulas de língua portuguesa, orientação sobre cultura e apoio na busca por emprego. Para isso, contamos com a ajuda de diversos leigos que atuam de diversas formas em seus locais de trabalho em diversos setores da sociedade. A pastoral atua como uma voz em prol dos direitos dos migrantes e refugiados, defendendo e em busca de políticas públicas mais justas e humanas, em nível local de nossa cidade.
A Pastoral desempenha um papel fundamental na construção de um mundo mais solidário e inclusivo, na qual a dignidade de todos seja respeitada, independentemente do seu país de origem ou de suas fronteiras geográficas. Seu trabalho exemplifica os valores de compaixão, solidariedade e justiça, mostrando a importância de estender a mão amiga aos mais vulneráveis em nossa sociedade globalizada, lembrando assim o que Jesus nos disse: “Vós todos sois irmãos.” (Mt 23,8)
Por meio dessas ações concretas que vão desde o acolhimento inicial até a promoção de direitos e a conscientização, a pastoral se torna um testemunho inspirador do poder transformador da empatia e da busca por justiça, ressaltando a importância de abraçar a diversidade e fortalecer laços de solidariedade global. Fazendo assim o que nosso Pai Seráfico fez, pregando o Evangelho sem necessidade de sempre usar palavras, abraçando “os leprosos” da nossa sociedade.
Em resumo, a Pastoral dos Migrantes e Refugiados é uma gota de esperança em um mundo marcado por desafios migratórios. O compromisso com a dignidade humana, a solidariedade e a promoção de uma justiça inclusiva é um lembrete poderoso de nossa responsabilidade coletiva em acolher e apoiar aqueles que enfrentam adversidades extremas que chegam ao nosso país. Ao estender suas mãos amorosas para amparar os migrantes e refugiados, a pastoral inspira a todos a construir pontes, superar fronteiras e sonhar com um futuro onde todos possam encontrar um lar seguro e uma comunidade acolhedora. Para assim formarmos a tão sonhada Fraternidade universal.