São Domingos de Gusmão

São Domingos de Gusmão

Sacerdote e fundador da Ordem dos Frades Pregadores (1170 – 1221), canonizado por Gregório IX, (3/ 6/ 1234).

São Domingos de Gusmão nasceu em Calaruega, diocese de Osma, (Espanha), e desde a juventude deu sinais de virtudes extraordinárias. Feitos com brilho, os estudos teológicos e ordenado de presbítero, foi nomeado cônego da Igreja de Osma.

O seu apostolado, como sacerdote, centrou-se na defesa da fé católica, especialmente contra a heresia dos albigenses, por meio da pregação e do bom exemplo de vida. Esse objetivo fez dele um pólo de atração de outros pregadores, para os quais organizou uma regra, e que constituíram o núcleo primitivo da ordem religiosa dos Dominicanos. O seu encontro com São Francisco de Assis, que alicerçou uma eterna amizade entre as respectivas famílias religiosas, foi rodeado com a auréola de uma lenda, que também aparece nas legendas franciscanas, mas com contornos diferentes. Quando orava na igreja de São Pedro do Vaticano, em Roma, São Domingos terá tido uma visão: apareceu-lhe a Virgem Santíssima, desgostosa com os pecados da humanidade, a apresentar ao seu divino filho dois indivíduos que seriam o suporte da igreja. Num desses personagens, São Domingos, reconheceu a sua própria figura, mas não conhecia o outro predestinado a cumprir tão importante tarefa. Reconheceu-o só na manhã seguinte, ao deparar com o pobre e andrajoso mendigo: era, nem mais nem menos, o Pobrezinho de Assis…  Estreitaram-se num terno abraço, e assim lançaram as bases para uma amizade que se perpetuaria entre as duas Ordens religiosas.

Domingos teria passado em santa e pacata serenidade o primeiro período da sua vida sacerdotal a entoar como cônego os louvores do Senhor, se não tivesse ocorrido a circunstância de ter feito uma viagem pela Provença, e verificado como por esses lados estavam disseminadas as heresias de cátaros de albigenses. Concluiu que se tornava urgente formar sacerdotes que vivessem uma vida pobre, para não despertarem nos hereges suspeita de interesses materiais, que fossem bastante cultos, capazes de refutar os erros e deformações doutrinais dos hereges, e que por outro lado soubessem ser benévolos e carinhosos para com as ovelhas desgarradas.

Mas o bom exemplo tinha de começar por ele. Foi um homem de intensa oração, assíduo no estudo, paciente nas contrariedades, incansável em procurar e chamar os errantes, apesar de por vezes se sentir ameaçado de morte por parte de alguns. Andava sempre a pé e descalço, dormia sobre a terra, mortificava o corpo com jejum e flagelações, convencido de que os seus sofrimentos contribuíam para salvar as almas que desejava libertar do erro.

Depois de lhe ouvir um sermão empolgante, perguntou-lhe, em certa ocasião, um discípulo que livros é que ele consultava para ter tanta sabedoria. A resposta foi simples. “Meu filho, só estudei pelo Livro do Amor de Deus. Esse livro ensina tudo.”

Alguns traços típicos transmitidos pelos seus biógrafos: era de estatura mediana, magro de corpo, de fisionomia atraente e tês levemente corada, cabelo e barba castanhados, olhos claros e brilhantes. O rosto sempre alegre, sorridente irradiava um esplendor que em todos suscitava respeito e afeto.

Possuía voz forte, dicção clara e timbre sonoro, que muito contribuíam para ser como era, um belo pregador. Trazia sempre consigo o Evangelho de São Mateus e as cartas de São Paulo, nas quais meditava tanto que quase a sabia de cor. Por duas ou três vezes foi convidado a ser bispo, mas sempre se recusou, preferindo viver com os irmãos em simplicidade e pobreza. Sua morte, ocorreu em Bolonha, a 6 de agosto de 1221, aos 61 anos de idade.

Fonte: Santos Franciscanos para cada dia

Leia outras notícias