O “Padre Pio”, como lhe chamaram, nasceu numa pequena localidade da província de Benevento, e recebeu no batismo o nome de Francisco.
O “Padre Pio”, como lhe chamaram, nasceu numa pequena localidade da província de Benevento, e recebeu no batismo o nome de Francisco. Desde os primeiros anos sentiu desejos de se consagrar ao Senhor e foi favorecido com visões celestes. Tinha apenas quatro anos quando na igreja de Santa Ana lhe apareceu o Sagrado Coração de Jesus, convidando-o a aproximar-se do altar. Aos 16 anos entrou como clérigo no noviciado dos Capuchinhos de Benevento, salientando-se pelo espírito de mortificação e pelo amor à Paixão de Jesus, objeto de frequente meditação e causa de abundantes lágrimas. Ordenado sacerdote na catedral de Benevento aos 23 anos, por motivos de saúde passou os primeiros anos de padre na terra natal, e só em 1916 voltou à convivência dos confrades no convento de Santa Ana, em Fóggia.
Nesse mesmo ano, uns meses mais tarde, escalou pela primeira vez o monte Gárgano, rumo ao convento e santuário de Santa Maria das Graças, onde viveu quase ininterruptamente até à morte, salvo poucas e breves interrupções, devidas ao serviço militar, quando era requisitado.
Foi favorecido pelo Senhor com carismas especiais: êxtases, emanação de agradáveis odores, bilocação, intuição de corações, traspassamento do seu próprio coração, etc. Mas o dom mais notável foi o dos estigmas, impressos por um misterioso “personagem” na manhã duma sexta-feira, 20 de Setembro de 1918, enquanto orava frente ao crucifixo do coro na velha igreja de Santa Maria das Graças. Com esses estigmas viveu durante meio século, até à morte; só então desapareceram misteriosamente e sem deixar qualquer cicatriz. Mas essas chagas nunca o impediram de exercer o ministério sacerdotal, todo entregue à oração, à celebração da Eucaristia, à administração dos sacramentos, à direcção espiritual, especialmente no atendimento em confissão e em correspondência epistolar.
Inflamado no amor a Deus e às almas, fundou duas importantes obras: uma, espiritual, com o nome de “Grupos de Oração”; outra, mais material, uma casa chamada “Sollievo della Soffrenza” (Alívio do Sofrimento), um moderno hospital que funciona sobretudo em favor dos habitantes de Gárgano.
São sem número as graças e os milagres atribuídos à sua intercessão. A fama da sua santidade espalhou-se a todo o mundo. João Paulo II, falando do P. Pio em 1983 a mais de 20.000 membros dos “Grupos de Oração”, dizia-lhes: «A vossa presença e o vosso compromisso cristão estão indissoluvelmente ligados à personalidade e à obra do P. Pio, esse humilde frade capuchinho que durante quase 50 anos passou uma vida inteiramente consagrada a Deus, em oração contínua, prolongada e fervorosa, e no ministério da reconciliação, guiando e dirigindo milhares de fiéis que buscavam o caminho para a perfeição e santidade cristã».
O P. Pio deixou esta terra em Setembro de 1968, mas a fecundidade misteriosa da sua longa vida de sacerdote, religioso e filho de S. Francisco, ainda perdura, e vai mesmo crescendo, em especial nas duas obras tipicamente suas, por terem nascido do seu grande coração, aberto ao amor a Deus e aos irmãos: os “Grupos de Oração” e a “Casa do Alívio do Sofrimento”, universalmente conhecida pelos seus méritos até mesmo no campo humanitário e social.
Em 16 de junho de 2002, foi proclamado Santo pelo Papa João Paulo II, que afirmou na sua homilia: “A vida e a missão do Padre Pio são um testemunho das dificuldades e dores, que, se aceitos por amor, se transformam em um caminho privilegiado de santidade, que se abre ainda mais rumo a perspectivas de um bem muito maior, aceitável somente pelo Senhor”.