A nós, Pais!

A nós, Pais!

Nas palavras do já saudoso Papa Francisco: “Um bom Pai sabe esperar e sabe perdoar, do fundo do coração…”

Marcos Becão1

“O Filho sensato aceita a correção do pai; o filho insolente não escuta a repreensão” (Pr 13,1).

No segundo domingo do mês de agosto, nós, Pais, somos lembrados com um carinho “especial”. Tradição? Interesse comercial? Reconhecimento? Independentemente do sentido, desejamos ser vistos muito além da figura do homem trabalhador, o que traz o sustento da família junto da mãe, mas que, conjuntamente, são responsáveis pela doação da vida. Tempo de celebrar e agradecer e uma grande oportunidade de refletir sobre a graciosidade e a ternura de ser pai, características marcantes de nossa vocação.

Em meio a uma realidade conturbada e conflituosa, eis que a nossa figura emerge como resgate de referência, sentido que orienta, indicativo para que não se esmoreça o desejo de construir pontes que unem e congregam, ao invés de muros que separam, dividem, segregam, resultando na indiferença acomodada e globalizada. Lembrando que o rompimento das relações fraternas provoca, também, o rompimento da nossa proximidade com o Criador.

Nas palavras do já saudoso Papa Francisco: “Um bom Pai sabe esperar e sabe perdoar, do fundo do coração. Certo, sabe também corrigir com firmeza: não é um pai frágil, complacente, sentimental. O Pai que sabe corrigir sem degradar é o mesmo que sabe proteger sem se economizar”2.

Assim, mesmo diante de tantos desafios, queremos renovar a certeza de que somos peregrinos e semeadores de uma esperança que não decepciona. Cuidadores e cultivadores da ternura divina edificada em nosso chão – a nossa Casa Comum –, sabendo do nosso compromisso na sua preservação em favor dos nossos e de todos os outros seres criados. Agentes e promotores do diálogo que edifica, orienta, educa para o bem, o bom e o belo.

Ao optar por continuar trilhando o caminho da fraternidade e da justiça, sabemos do nosso dever em buscar o progressivo senso de abertura afinal, ninguém amadurece nem alcança a plenitude isolando-se. E, humildemente, reconhecemos que nossa força vem da comunhão com o Criador – Pai que nos faz participantes de sua vida divina, aproxima-se de nós, estabelece morada conosco.

Seja em agosto ou em todos os tempos e lugares, queremos guardar no coração a certeza de que o presente mais valioso que nossos filhos anseiam não são coisas, mas nossa presença traduzida em amor.

1 Pai, Educador, Agente de Pastoral na Diocese de Divinópolis.

2 Homilia “A todos os Pais”, em 12/08/2017.

Foto: Pixabay imagem free

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