O Ministro Geral da Ordem escreveu uma carta manifestando a sua preocupação diante da guerra em território ucraniano.
O Ministro Geral da Ordem, Frei Massimo Fusarelli, ofm escreveu uma carta manifestando a sua preocupação diante da guerra em território ucraniano. Acompanhe na íntegra a mensagem do Ministro.
Aos Ministros Provinciais e Custódios
A todos os Frades e às Irmãs Clarissas e Concepcionistas
Caros irmãos e irmãs,
O Senhor vos dê a paz!
Cheguei nesta manhã à Cidade do México para as celebrações dos 25 anos da Província de São Junípero Serra e me chegou, assim que desci do avião, a notícia da guerra, já iniciada na Ucrânia, com a invasão sobre a qual toda a imprensa fala. Pude escutar o ministro provincial da Ucrânia, Frei Daniel Botvina, que me informou que os frades estão bem, especialmente no convento de Konotop, cidade já ocupada pelos russos, e permaneceram ali com o povo, para não o abandonar e estão em segurança.
Além disso, o ministro compartilhou comigo a situação de preocupação e de intensa oração, a fim de que o ruído das armas silencie. A Europa não via um espetáculo deste tipo desse o longínquo 1945. Trata-se de algo muito chocante, que, como disse o Papa Francisco na audiência de ontem (quarta-feira, 23/02), provoca angústia e dor.
A oração, unida ao jejum, é o mais pobre dos recursos humanos, do ponto de vista político, mas é o mais poderoso se virmos as coisas desde o olhar de Deus. Somente Ele, verdadeiramente, pode tocar os corações e as inteligências, pode parar o inútil e devastador ruído das armas.
Só Ele pode converter os nossos corações, para que saibamos que o germe da guerra e da violência está dentro de cada um de nós e não fora de nós. Rezar e jejuar nos conduz à conversão do coração e da vida, aproxima a esta terra banhada com o sangue inocente à misericórdia do Pai. Na Escritura o sangue não é enxuto da terra para fazer ouvir a Deus a voz dos seus pobres e a nós para não ficarmos indiferentes.
A oração e o jejum tornam mais luminoso o nosso olhar interior, para sabermos ler os sinais dos tempos e não ficarmos distraídos, mas sermos testemunhas. Tudo o que acontece num lugar distante atinge a todos nós, e isso vale para tantos conflitos, sobretudo para aqueles esquecidos.
Rezemos pelas vítimas, por tantas pessoas que já estão em fuga, especialmente em direção à Polônia, onde os nossos frades estão se organizando para acolher esta gente.
Rezemos pelos nossos confrades que vivem na Ucrânia e por todas as pessoas que lhes são confiadas.
Peço a todos os Frades, cada fraternidade, a todas as Irmãs Pobres e a todos os mosteiros para rezarem todos os dias, neste tempo, pela paz na Ucrânia e pela paz onde estiver perturbada. No dia 2 de março, o Papa nos convidou à oração e ao jejum e peço aos frades que acolham esta inspiração interior para fazer o mesmo, por exemplo, uma vez por semana, para invocar a paz. Possa o Espírito fazer de nós intercessores e operadores de paz e de reconciliação.
Confiemos juntos esta intenção à Virgem Imaculada, Mãe d’Aquele que é o Príncipe da paz, Jesus Cristo Senhor Nosso.
Saúdo-vos de coração, enquanto invocamos a bênção de São Francisco, que fez do anúncio e de prática da paz o coração da vida evangélica sua e de todos nós.
Saudações fraternas,
Vosso irmão e servo
Frei Massimo Fusarelli, ofm
Ministro Geral
Prot. 111047
Tradução: Frei Edilson Rocha, OFM (via Franciscanos Amazônia)