DILEXIT NOS: UMA LEITURA ÉTICO-TEOLÓGICA

DILEXIT NOS: UMA LEITURA ÉTICO-TEOLÓGICA

A devoção ao Coração de Jesus em nada significa uma espiritualidade piegas e alienada, “não se trata de algo superficial, não é puro sentimento, não é uma alienação espiritual. É amor” (Dilexit Nos, n. 46).

Frei Oton da Silva Araújo Júnior, ofm

Belo Horizonte, MG

Publicada no dia 24 de outubro, a nova encíclica de Francisco, Dilexit Nos, traz como temática o amor humano e divino do Coração de Jesus. A motivação para esta publicação são os 350 anos da primeira manifestação do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque, em 27 de dezembro de 1673, cujas comemorações se encerrarão em 27 de junho de 2025.

Esta é a 300ª encíclica da história da Igreja, e foi escrita em 220 números, divididos em cinco capítulos, uma introdução e uma conclusão. Em junho de 2024, o Papa Francisco anunciou que estava preparando este texto: “Estou feliz por preparar um documento que reúne as preciosas reflexões de textos magisteriais anteriores e uma longa história que remonta às Sagradas Escrituras, para propor novamente hoje, a toda a Igreja, este culto carregado de beleza espiritual”, expressou o Santo Padre (Audiência 05.06.2024).

Como todo texto, cabem diferentes leituras sobre os temas apresentados, os quais não são excludentes, mas se completam no poliedro de interpretações, para usar uma imagem cara ao Papa. De nossa parte, nossa leitura destaca os aspectos teólogos morais de Dilexit Nos.

Intimidade sem intimismo

A renovação conciliar da Teologia Moral privilegiou a consciência como “núcleo secretíssimo e santuário da pessoa” (cf. Gaudium et Spes, n. 16). Em perspectiva bíblica, a palavra que indica a centralidade da pessoa é justamente o coração, como podemos lembrar em inúmeras passagens: “Tirarei de vocês o coração de pedra e, no lugar, porei um coração de carne” (Ez 36,26); “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto” (Sl 51,10); “é de dentro do coração humano que provém todas as coisas más” (Mc 7,21). “Em última análise, poder-se-ia dizer que eu sou o meu coração, porque é ele que me distingue, que me molda na minha identidade espiritual e que me põe em comunhão com as outras pessoas” (Dilexit Nos, n. 14).

Insistir numa individualidade profunda, que se relaciona diretamente com o Divino não tem nada a ver com uma espiritualidade intimista, a que o Papa Francisco chama de ‘consciência isolada’ (Evangelii Gaudium, n. 2). Pelo contrário, será sempre uma consciência desperta para o bem e a justiça a serem feitos: “Graças à consciência, revela-se de modo admirável aquela lei que se realiza no amor de Deus e do próximo. Pela fidelidade à voz da consciência, os cristãos estão unidos aos demais homens, no dever de buscar a verdade e de nela resolver tantos problemas morais que surgem na vida individual e social” (Gaudium et Spes, n. 16).

Francisco insiste que reportar-se ao coração não significa um intimismo espiritual, “entre mim e Ele, mas vivida em comunhão com a própria comunidade e com a Igreja: “o amor pelos irmãos e irmãs da própria comunidade – religiosa, paroquial, diocesana, etc. – é como o combustível que alimenta a nossa amizade com Jesus. (…) O próprio Senhor o disse: ‘Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros’ (Jo 13, 35)” (Dilexit Nos, n. 212).

Papa Francisco argumenta: “Perante o Coração de Jesus vivo e atual, o nosso intelecto, iluminado pelo Espírito, compreende as palavras de Jesus. Assim, a nossa vontade põe-se em ação para as praticar. Mas isso poderia permanecer como uma forma de moralismo autossuficiente. Ouvir, saborear e honrar o Senhor pertence ao coração. Só o coração é capaz de colocar as outras faculdades e paixões e toda a nossa pessoa numa atitude de reverência e obediência amorosa ao Senhor (Dilexit Nos, n. 27).

Dessa forma, a devoção ao Coração de Jesus em nada significa uma espiritualidade piegas e alienada, “não se trata de algo superficial, não é puro sentimento, não é uma alienação espiritual. É amor” (Dilexit Nos, n. 46).

Relação fé e vida

Ao dividir as disciplinas teológicas tal como conhecemos hoje, o Concílio de Trento (1545-1563) teve o mérito de propiciar as especialidades teológicas, mas ao mesmo tempo, acabou isolando os diversos tratados, dificultando inclusive o diálogo no interior da teologia. Da parte da Teologia Moral, isso significou um distanciamento da perspectiva bíblica e espiritual, por exemplo. O Concílio Vaticano II quis retomar essas interligações, demonstrando que os mistérios da fé e as ações delas emanadas não só não se opõem, mas se complementam. Podemos resumir isso lembrando da relação entre fé e vida: a fé faz efeito na vida, iluminando-a, e a vida se deixa inspirar pela fé professada. Dessa forma, querer pinçar as passagens da Encíclica que se relacionam com a vida moral é correr o risco de isolar os elementos, sem considerar o todo de Dilexit Nos. Como a dizer: o que na encíclica do Papa tem a ver com a perspectiva moral? Resposta: tudo! Pois o comportamento humano não está desconectado da espiritualidade presente na Encíclica. Porém, para não nos contentar com uma resposta superficial, evasiva, vamos, sim, indicar algumas passagens mais características da perspectiva ético-teológica: “Quando alguém reflete, procura ou medita sobre o próprio ser e a sua identidade, ou analisa questões mais elevadas; quando pensa no sentido da própria vida e até mesmo procura a Deus, e ainda quando sente o gosto de ter vislumbrado algo da verdade; todas estas reflexões exigem que se encontre o seu ponto culminante no amor. Amando, a pessoa sente que sabe porquê e para que vive. Assim, tudo converge para um estado de conexão e de harmonia” (Dilexit Nos, n. 23).

A orientação fundamental

A Teologia Moral adotou o princípio da orientação fundamental (também chamada de opção fundamental) como elemento iluminador da relação consciência-pecado-conversão, na tentativa de considerar o todo da vida, não os atos isolados que porventura ocorrerem (Marciano Vidal a esse respeito distinguiu atos [isolados] de atitudes [o todo da vida]).

Em Dilexit Nos aparece uma passagem muito convidativa a esse respeito (IHU 25.10.2024): “Nossas perguntas existenciais mais profundas — “Quem sou eu, realmente? O que estou procurando? Que direção quero dar à minha vida, minhas decisões e minhas ações? Por que e com que propósito estou neste mundo? … Quem eu quero ser para os outros? Quem sou eu para Deus?” — podem ser respondidas por uma única e mais fundamental pergunta: “Eu tenho um coração?” (n. 23).

Francisco, em outros momentos, enfatizou a dimensão do pecado como ruptura das relações (“as relações com Deus, com o próximo e com a terra. Segundo a Bíblia, estas três relações vitais romperam-se não só exteriormente, mas também dentro de nós. Esta ruptura é o pecado” – Laudato si, n. 66). Em resumo, há que se considerar até que ponto nossas ações representam uma ruptura radical com o seguimento de Cristo, ou se apresentam como pequenos deslizes no caminho, perfeitamente ajustáveis pelo exercício de reconciliação.

“O caminho da Igreja é o de não condenar eternamente ninguém; derramar a misericórdia de Deus sobre todas as pessoas que a pedem com coração sincero. Porque a caridade verdadeira é sempre imerecida, incondicional e gratuita. Por isso, temos de evitar juízos que não tenham em conta a complexidade das diversas situações e é necessário estar atentos ao modo em que as pessoas vivem e sofrem por causa da sua condição” (Amoris Laetitia, n. 296).

O coração de Jesus, contra todo o moralismo

Ao lermos Dilexit Nos nos deparamos com passagens que não esperávamos. Papa Francisco relembra que a espiritualidade surgida graças, sobretudo, à Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690), religiosa da Ordem da Visitação fundada por São Francisco de Sales, se antepõs às tendências moralistas da época, de influência jansenista.

O Jansenismo foi um movimento com raízes filosóficas e teológicas, surgida na França com uma leitura muito rigorista da fé, sobretudo relacionada ao sacramento da eucaristia. Francisco, ao citar João Paulo II, recorda: “A devoção ao Sagrado Coração, do modo como se desenvolveu na Europa há dois séculos, sob o impulso das experiências místicas de Santa Margarida Maria Alacoque, foi a resposta à rigorosidade jansenista, que tinha acabado por menosprezar a infinita misericórdia de Deus” (Dilexit Nos, n. 80). O rigorismo difundido na época fez com que muitas pessoas deixassem de comungar por não confiarem no perdão divino, na sua misericórdia, e consideravam a comunhão como uma espécie de recompensa para os perfeitos. “Naquele contexto jansenista, a promoção desta prática fez muito bem, ajudando-nos a reconhecer na Eucaristia o amor gratuito e próximo do Coração de Cristo que nos chama à união com Ele” (Dilexit Nos, n. 84).

Os jansenistas, por sua vez, desprezavam tudo o que era humano, afetivo, corpóreo, e entendiam, em última análise, que esta devoção nos afastava da mais pura adoração ao Deus Altíssimo. Pio XII chamou ‘falso misticismo’ a esta atitude elitista de alguns grupos que viam a Deus tão alto, tão separado, tão distante, que consideravam as expressões sensíveis da piedade popular perigosas e necessitadas de controle eclesiástico” (Dilexit Nos, n. 86).

Nos tempos modernos, destaca-se a figura de São Francisco de Sales. “Face a uma moral rigorista ou a uma religiosidade de mero cumprimento de obrigações, – diz o Papa Francisco – o Coração de Cristo lhe aparece como um apelo à plena confiança na ação misteriosa da sua graça” (Dilexit Nos, n. 114). O Papa Pio XI, por sua vez, enfatizou a necessidade de reconhecer que o mistério da redenção através da Paixão de Cristo, por graça de Deus, transcende todas as distâncias do tempo e do espaço, de modo que pela entrega na Cruz atinge também os pecados futuros, os nossos pecados, transcendendo o tempo, chegaram ao seu Coração ferido (Dilexit Nos, n. 153). João Paulo II, na expressão que lhe foi própria de “civilização do amor”, a viu como mérito do Coração de Jesus. “Junto a Cristo, somos chamados a construir uma nova civilização do amor. Isto é reparar conforme o que o Coração de Cristo espera de nós. No meio do desastre deixado pelo mal, o Coração de Cristo quis precisar da nossa colaboração para reconstruir a bondade e a beleza” (Dilexit Nos, n. 182).

Francisco conclui atualizando esta tendência rigorista, que transcrevemos literalmente: “Poder-se-ia afirmar que hoje, mais do que o jansenismo, enfrentamos um forte avanço da secularização que visa um mundo livre de Deus. Acrescenta-se a isso, a multiplicação na sociedade de várias formas de religiosidade sem referência a uma relação pessoal com um Deus de amor, que são novas manifestações de uma ‘espiritualidade sem carne’. Isto é real. No entanto, devo advertir que, no seio da própria Igreja, o nefasto dualismo jansenista renasceu com novos rostos. Ganhou força renovada nas últimas décadas, mas é uma manifestação daquele gnosticismo que já nos primeiros séculos da fé cristã causava dano à espiritualidade e ignorava a verdade da ‘salvação da carne’” (Dilexit Nos, n. 87).

Na Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate (2018), Francisco já tinha alertado para o risco de uma espiritualidade gnóstica em nossos tempos: “O gnosticismo é uma das piores ideologias, pois, ao mesmo tempo que exalta indevidamente o conhecimento ou uma determinada experiência, considera que a sua própria visão da realidade seja a perfeição. Assim, talvez sem se aperceber, esta ideologia autoalimenta-se e torna-se ainda mais cega. Por vezes, torna-se particularmente enganadora, quando se disfarça de espiritualidade desencarnada. Com efeito, o gnosticismo, ‘por sua natureza, quer domesticar o mistério’ tanto o mistério de Deus e da sua graça, como o mistério da vida dos outros” (Gaudete et Exsultate, n. 40).

Um olhar atento às Escrituras nos fará lembrar que o Senhor sempre esteve atento aos pecadores, afinal, não eram os sãos que necessitavam de médico: “muitos pecadores ‘sentaram-se com Ele’ (Mt 9, 10) e Jesus não se escandalizou com nenhum deles. Os elitistas da religião queixavam-se e chamavam-Lhe ‘glutão e bebedor de vinho, amigo de cobradores de impostos e pecadores’ (Mt 11, 19). Quando os fariseus criticavam esta sua proximidade com as pessoas consideradas humildes ou pecadoras, Jesus dizia-lhes: ‘Prefiro a misericórdia ao sacrifício’ (Mt 9, 13)” (Dilexit Nos, n. 37).

A beleza de pedir perdão

Outro passo importante da Encíclica é o enfoque no perdão, sobre o qual Francisco se detém em quatro números (n. 187-190). Tudo se inicia, conforme o Papa, no reconhecimento da culpa e no pedir perdão. “É deste reconhecimento honesto do mal causado ao irmão, e do sentimento profundo e sincero de que o amor foi ferido, que nasce o desejo de reparar” (Dilexit Nos, n. 187). Não se deve pensar que reconhecer o próprio pecado perante os outros seja algo degradante ou contra a dignidade humana. “Pelo contrário, é deixar de mentir a si mesmo, é reconhecer a própria história tal como ela é, marcada pelo pecado, sobretudo quando fizemos mal aos nossos irmãos, o que revela uma enorme nobreza no meio da nossa fragilidade” (Dilexit Nos, n. 188). Mesmo que o irreparável não possa ser completamente reparado, o amor pode sempre renascer, tornando a ferida suportável. “Esta solidariedade gerada pela compunção torna, ao mesmo tempo, possível a reconciliação. A pessoa capaz de compunção, em vez de se irritar e escandalizar pelo mal feito pelos irmãos, chora pelos pecados deles. Não se escandaliza. Cumpre-se uma espécie de reviravolta: a tendência natural de ser indulgente consigo mesmo e inflexível com os outros inverte-se e, pela graça de Deus, a pessoa torna-se exigente consigo mesma e misericordiosa com os outros” (Dilexit Nos, n. 190).

As consequências sociais

A ética cristã, ao basear-se na própria vida de Cristo, não se apega de um modo farisaico às leis e preceitos, ou a uma espiritualidade cômoda e individualista. Pelo contrário, a fé “comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela” (Evangelii Gaudium, n. 183).

Desse modo, tomar a sério uma espiritualidade inspirada no coração tem consequências sociais. Como lembrava o Concílio, “temos, com efeito, de reformar o nosso coração, com os olhos postos no mundo inteiro e naquelas tarefas que podemos realizar juntos para o progresso da humanidade”, uma vez que “os desequilíbrios de que sofre o mundo atual estão ligados com aquele desequilíbrio fundamental que se radica no coração do homem” (Gaudium et Spes, n. 82).  

Isto não significa confiar demasiado em nós próprios. “Sejamos cautelosos: tenhamos consciência de que o nosso coração não é autossuficiente; é frágil e ferido. Tem dignidade ontológica, mas ao mesmo tempo deve procurar uma vida mais digna” (Dilexit Nos, n. 30). “Recorramos, pois, – diz Francisco – ao Coração de Cristo, o centro do seu ser, que é uma fornalha ardente de amor divino e humano, a mais alta plenitude que a humanidade pode atingir. É aí, nesse Coração, que finalmente nos reconhecemos e aprendemos a amar” (Dilexit Nos, n. 30).

Francisco relembra ainda a estrutura social do pecado, que afeta o desenvolvimento dos povos, numa lógica de egoísmo e indiferença. ”Este fenômeno pode definir-se como alienação social: Alienada é a sociedade que, nas suas formas de organização social, de produção e de consumo, torna mais difícil a realização deste dom e a constituição dessa solidariedade inter-humana” (Dilexit Nos, n. 183. Neste ponto, Francisco está se refazendo à Centesimus Annus n. 41). Não é apenas uma norma moral que nos leva a resistir a estas estruturas sociais alienadas, a desnudá-las e a criar um dinamismo social que restaure e construa o bem, mas é a própria conversão do coração que impõe a obrigação (Dilexit Nos, n. 183).

Citemos ainda o n. 205: “A proposta cristã é atrativa quando pode ser vivida e manifestada na sua integralidade: não como um simples refúgio em sentimentos religiosos ou em cultos faustosos. Que culto seria o de Cristo se nos contentássemos com uma relação individual desinteressada em ajudar os outros a sofrer menos e a viver melhor? Poderá agradar ao Coração que tanto amou se nos mantivermos numa experiência religiosa íntima, sem consequências fraternas e sociais? Sejamos honestos e leiamos a Palavra de Deus na sua inteireza. Por isso mesmo dizemos que não se trata sequer de uma promoção social desprovida de significado religioso, que no fundo seria querer para o ser humano menos do que aquilo que Deus lhe quer dar”.

E o Papa dirige a sua prece: “Diante do Coração de Cristo, peço mais uma vez ao Senhor que tenha compaixão desta terra ferida, que Ele quis habitar como um de nós. Que derrame os tesouros da sua luz e do seu amor, para que o nosso mundo, que sobrevive entre guerras, desequilíbrios socioeconômicos, consumismo e o uso anti-humano da tecnologia, recupere o que é mais importante e necessário: o coração” (Dilexit Nos, n. 31).

Em suas conclusões, Papa Francisco faz questão de ligar as reflexões de Dilexit Nos às encíclicas sociais anteriores, Laudato si’ e Fratelli tutti, “pois bebendo desse amor tornamo-nos capazes de tecer laços fraternos, de reconhecer a dignidade de cada ser humano e de cuidar juntos da nossa casa comum. (Dilexit Nos, n. 217).

Dilexit Nos vem escrita e o diz textualmente num tempo marcado pelo consumismo, o ódio gratuito, guerras, a Inteligência Artificial, as desigualdades sociais, o descaso pelo ambiente e pela pessoa humana. Perante todos estes desafios, Francisco nos faz voltar ao coração, centralidade profunda do ser humano e do Divino, a fim de redescobrir caminhos novos de reconciliação, em sua ampla abrangência.

Como dissemos no início, outras leituras são possíveis e também outros elementos podem ser intuídos desta Encíclica. Ao final deste percurso, é possível concluir que Dilexit Nos muito pode iluminar a reflexão teológico-moral, ao fundamentar com propriedade suas principais temáticas.

Concluamos, pois, como o faz o Papa Francisco: “Peço ao Senhor Jesus Cristo que, para todos nós, do seu Coração santo brotem rios de água viva para curar as feridas que nos infligimos, para reforçar a nossa capacidade de amar e servir, para nos impulsionar a fim de aprendermos a caminhar juntos em direção a um mundo justo, solidário e fraterno. Isto até que, com alegria, celebremos unidos o banquete do Reino celeste. Aí estará Cristo ressuscitado, harmonizando todas as nossas diferenças com a luz que brota incessantemente do seu Coração aberto. Bendito seja!” (Dilexit Nos, n. 220).

Referências

CONCÍLIO VATICANO II, Constituição Pastoral Gaudium et Spes sobre a Igreja no mundo atual, 7 de dezembro de 1965.

FRANCISCO, Carta Encíclica Dilexit Nos sobre o amor humano e divino do Coração de Jesus, 24 de outubro de 2024.

FRANCISCO, Carta Encíclica Laudato si’, sobre o cuidado da casa comum, 24 de maio de 2015.

FRANCISCO, Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, sobre a chamada à santidade no mundo atual, 19 de março de 2018.

FRANCISCO, Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Lætitia, sobre o amor na família, 19 de março de 2016.

FRANCISCO, Exortação Apostólica pós-sinodal Evangelii Gaudium, sobre o anúncio do evangelho no mundo atual, 24 de novembro de 2013.

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