Belo Horizonte recebeu o Encontro de Negritude, Cultura e Cidadania e o Fórum da Rede EDUCAFRO Minas, celebrando 25 anos de história, luta e resistência da rede.
Ariene Cabral
Entre os dias 19 e 21 de setembro de 2025, Belo Horizonte recebeu o Encontro de Negritude, Cultura e Cidadania e o Fórum da Rede EDUCAFRO Minas, celebrando 25 anos de história, luta e resistência da rede. O evento aconteceu na Escola Municipal Ignácio de Andrade Melo, no bairro Jardim São José, local simbólico onde a rede iniciou sua trajetória. Sob o lema “Celebrar e resistir”, o encontro reuniu memórias, vozes e experiências, reafirmando o compromisso com uma educação de qualidade, equidade racial e transformação social.
No sábado, pela manhã, as atividades formativas aprofundaram reflexões sobre o contexto atual: Bruno Egonu conduziu análise de conjuntura e educação popular, enquanto Helton Vieira Fernandes Junior abordou o papel das políticas públicas na transformação da juventude negra e periférica. À tarde, o grupo visitou o Muquifu – Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos, também conhecido como Museu das Santas Pretas, um espaço vivo que preserva a memória, as práticas culturais e a espiritualidade das favelas, mostrando o entrelaço entre fé, resistência e vida comunitária. A noite foi dedicada à Noite Cultural, com música, poesia e manifestações artísticas que celebraram a identidade e a criatividade popular.
No domingo, o dia começou com a visita ao Núcleo Águia, o primeiro da rede, reafirmando sua importância histórica e simbólica. Em seguida, aconteceu o Fórum da Rede EDUCAFRO Minas, conduzido por Frei Laércio Jorge e Thalisson Bonfim, jesuíta, um momento de ação coletiva e decisão estratégica. Durante o Fórum, os núcleos assumiram protagonismo: apresentaram moções, debateram, articularam propostas e votaram decisões que definirão os próximos passos da rede. Foi um espaço de diálogo, construção política e fortalecimento, mostrando que a Rede EDUCAFRO Minas é, acima de tudo, uma rede viva, participativa e engajada.
Homenagens ao Núcleo Dércio Andrade e à vice-diretora da Escola Municipal Ignácio de Andrade Melo reforçaram a importância da educação, da memória e da luta organizada. O encontro reafirmou que a história da negritude não é apenas parte da história do Brasil ela é a própria história. E que, apesar das desigualdades e do racismo estrutural, a resistência segue sendo construída com afeto, criatividade e compromisso coletivo.
25 anos de caminhada: cada passo uma memória, cada ação uma luta, cada olhar uma esperança.



