Encontro de Negritude, Cultura e Cidadania e Fórum Educafro Minas

Encontro de Negritude, Cultura e Cidadania e Fórum Educafro Minas

Com o tema “O Papel da Educação na Formação Política da Sociedade”, o evento reuniu ativistas, educadores e educandos dos núcleos da Rede Educafro Minas para uma reflexão profunda sobre o papel da educação na transformação social e política.

Ariene Cabral

Nos dias 13, 14 e 15 de setembro, o Espaço REMAR em Justinópolis – MG, foi palco do Encontro de Negritude, Cultura e Cidadania e Fórum Educafro Minas. Com o tema “O Papel da Educação na Formação Política da Sociedade”, o evento reuniu ativistas, educadores e educandos dos núcleos da Rede Educafro Minas para uma reflexão profunda sobre o papel da educação na transformação social e política.

Durante o encontro, pudemos discutir como a educação vai muito além do simples aprendizado. Ela é uma ferramenta poderosa para a emancipação e transformação social. Os participantes abordaram a importância de uma educação política que fomente uma consciência crítica capaz de desafiar e transformar as estruturas opressivas que afetam nossas vidas diariamente. A ideia central foi a de que a educação deve capacitar trabalhadores e estudantes a questionar normas, reivindicar seus direitos e lutar por um futuro em que todos tenham acesso a oportunidades reais e dignidade.

Outro ponto crucial discutido foi a necessidade de descolonizar a educação. O evento destacou como é essencial romper com os paradigmas coloniais que ainda prevalecem nas instituições de ensino. Discutiu-se como a educação pode ser um verdadeiro agente de mudança nos padrões, valorizando saberes, culturas e identidades, promovendo, assim, uma educação que garanta equidade e justiça social.

Na parte da manhã, tivemos a presença das educadoras Vitória Régia Izau, professora da UEMG, e Mara Evaristo, professora e assessora na Gerência das Relações Étnico-Raciais da PBH. À tarde, foi registrada a presença de Lourrane Cardozo, militante do Fórum de Pré-vestibulares Populares do RJ e pesquisadora do projeto Tecendo Diálogos, da Fiocruz. Também estiveram presentes Rafael, coordenador do núcleo Águia e advogado, e Pedro Venâncio, historiador e coordenador do núcleo Celeste Estrela em Carangola, que é um projeto de extensão da UEMG Carangola.

O encontro foi um espaço transformador, não apenas para debates, mas também um chamado à ação. Os participantes foram incentivados a continuar mobilizados e engajados na luta por uma educação que represente verdadeiramente a diversidade social. Além da referência à música dos Racionais MC’s, “Capítulo 4, Versículo 3”, que reflete sobre a luta por justiça e resistência, outro texto inspirador mencionado foi o de Lélia Gonzalez, no qual ela afirma em seu livro “Por um Feminismo Afro-Latino-Americano” (página 45):

“A educação, como qualquer outra forma de prática social, é também um campo de luta. O que está em jogo é a construção de uma educação antirracista, emancipatória e descolonizadora, que contribua para o desenvolvimento de uma consciência crítica capaz de desafiar as hierarquias sociais estabelecidas.”

Esse pensamento serviu como base para debates sobre a educação como ferramenta de transformação social e política. Com a participação ativa de todos os presentes, novas perspectivas foram abertas para a construção de um cenário educacional mais justo e representativo.

A batalha pela transformação educacional é coletiva, e cada ação conta para avançar na luta por justiça e igualdade.

Leia outras notícias