A exposição de Frei Marcelo Borges foi um convite a revisitar o ponto de partida de nossa fé e espiritualidade: o encontro pessoal com Cristo.
Frei Douglas Brito Ribeiro Atanazio de Sousa, OFM
No terceiro dia da Jornada de Estudos Franciscanos, Frei Marcelo Borges, OFMConv, destacou a centralidade de Cristo na espiritualidade franciscana, convidando os participantes a mergulharem profundamente na experiência transformadora de São Francisco de Assis. A reflexão girou em torno do tema: “Não perca de vista o ponto de partida”, inspirado no conselho de Santa Clara, que Francisco viveu ao manter sempre viva a memória de seu encontro com Cristo e o Evangelho.
Frei Marcelo apresentou como São Francisco estruturou sua vida em torno de Cristo. Esse ponto de partida moldou sua teologia, sociabilidade e visão do mundo. Inspirado pela relação de Cristo com o Pai, com o próximo e com a criação, Francisco encontrou um modelo de fraternidade universal. Frei Marcelo aprofundou na perspectiva do cristocentrismo franciscano, ressaltando que para Francisco, a Encarnação do Verbo não apenas reconcilia, mas também ilumina a sacralidade da criação.
Um dos momentos mais ricos da exposição foi a análise do Cântico do Irmão Sol, nascido em um contexto de dor física e crises interiores de Francisco. Mesmo diante do sofrimento, ele transformou suas experiências em louvor ao Criador. Frei Marcelo sublinhou como Francisco enxergava a criação não como algo distante, mas como reflexo do amor divino, capaz de ensinar o ser humano a viver em unidade com todas as coisas.
O estudo ressaltou a relevância da espiritualidade franciscana para os desafios contemporâneos. Frei Marcelo pontuou como a perspectiva franciscana de cuidado com a criação inspira uma ecologia integral, como proposta nas encíclicas Laudato Si’ e Fratelli Tutti. A relação harmoniosa de Francisco com o mundo natural aponta caminhos concretos para enfrentar crises ambientais e sociais de hoje, unindo fé e ação.
A exposição de Frei Marcelo Borges foi um convite a revisitar o ponto de partida de nossa fé e espiritualidade: o encontro pessoal com Cristo. Esse encontro não apenas transforma vidas, mas também impulsiona a viver a fraternidade universal em meio às complexidades do mundo moderno.