Tudo está interligado. Portanto, é imprescindível a vivência do dom da fraternidade universal, que gera em nós amor, respeito e cuidado por toda criação.
Frei Danilo Nunes Soares, ofm
Neste ano de 2024, comemoramos o quinquagésimo quarto aniversário de fundação do Dia da Terra – movimento ambiental moderno, ocorrido nos Estados Unidos, em 1970, criado por Gaylord Nelson em resposta aos problemas ambientais da época.
Em 2009, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), através de uma proclamação, determinou o dia 22 de abril como o Dia Internacional da Terra. Esta decisão é parte de esforços que promovem a conscientização sobre os problemas ambientais e, principalmente, que fomentam ações globais que ajudam a humanidade a compreender o valor da natureza, e por conseguinte, a proteger a nossa “Mãe Terra” na busca de soluções concretas que nos ofereçam ferramentas para enfrentar os desafios atuais – mudanças climáticas, perda da biodiversidade, poluição, surgimento e aumento de doenças, etc.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, conclama a todos para juntos enfrentarmos os desafios ambientais mais urgentes. O Santo Padre, em documentos como a Laudato Si’ e Laudate Deum, apresenta-nos um panorama da sociedade contemporânea, desde as raízes dos problemas socioambientais às suas possíveis soluções.
Recordemo-nos da Campanha da Fraternidade 2024, que proporciona à sociedade uma importante reflexão sobre a fraternidade e a amizade social.
Nesta perspectiva, é também importante nos recordarmos de São Francisco de Assis e de seu projeto de vida. Seu modo de ser e estar no mundo é reflexo de uma profunda
experiência do Evangelho que transforma seu interior e modifica o seu agir. Ele valoriza a natureza e a todos os seres vivos porque compreende o seu papel enquanto ser humano e o valor das coisas em si mesmas.
Hoje, ao celebrarmos o Dia Internacional da Terra, nossa Casa Comum, somos alertados da necessidade de uma vida em harmonia com a natureza: é essencial que aconteça a conversão ecológica. É preciso rompermos com a visão utilitarista, o que implica adotarmos uma abordagem mais holística e ética, ou seja, é imperativo que todos reconheçam o valor intrínseco das coisas além de sua utilidade, respeitando a vida em todas as suas dimensões – a natureza, os outros seres humanos ou qualquer outra forma de vida.
Tudo está interligado. Portanto, é imprescindível a vivência do dom da fraternidade universal, que gera em nós amor, respeito e cuidado por toda Criação.
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