Desejo-vos sinceramente uma feliz Festa de São Francisco, que este ano tem particular importância por ocasião do Centenário dos Estigmas.
Queridos irmãos e irmãs, o Senhor vos dê a paz!
Desejo-vos sinceramente uma feliz Festa de São Francisco, que este ano tem particular importância por ocasião do Centenário dos Estigmas. Acabamos de celebrar esta memória, que está viva.
Isso nos preocupa e nos afeta ainda hoje.
Se olharmos para a vida de Francisco, encontramos uma mistura de dor e amor, alegria e paixão, que chamamos de alegria perfeita.
Desde jovem, Francisco experimentou a descoberta e a resposta ao amor de Cristo na realidade concreta da sua vida. Ele não tinha medo do que é humano, isso testa, custa esforço. Ele acolheu-o, a ponto de ser marcado por ele na sua própria carne.
Não fugiu das feridas dos leprosos, acolheu as dos sacerdotes pobres e dos seus próprios irmãos. Quantos pequenos e pobres Francisco abraçou! Quantas pessoas feridas pela doença, pela solidão, pelo pecado e pela injustiça.
Neste contato com as feridas dos outros ele também conheceu e aceitou as suas. Mesmo aqueles de difícil relacionamento com sua fraternidade e com vários irmãos. Ele experimentou uma grande tentação no Monte Alverne, passando por aquela noite escura.
Os Estigmas não são apenas a resposta do Senhor às feridas de Francisco, mas antes um dom completamente novo de amor e de união com Cristo, que deu uma nova luz a toda a sua vida anterior e o preparou para cantar o Cântico das Criaturas e para encontrar a irmã morte.
Nesta Festa de São Francisco, os sons insuportáveis da guerra ainda nos chegam do Médio Oriente, da Ucrânia, do leste do Congo, do sofrimento do Sudão e do Haiti e de muitos outros países. Eleva-se o grito de muitos feridos pela vida em nossas cidades, penso nos jovens, vítimas das drogas, do álcool, dos vícios digitais; ouvimos o grito de solidão dos idosos e dos doentes, bem como das vítimas do tráfico de drogas em muitos países.
Ouvimos também o gemido da criação, da nossa casa comum tão ameaçada pelo nosso poder excessivo sobre as criaturas, em nome do lucro ilimitado.
Que carga de injustiça que parece extinguir a esperança num futuro de paz, justiça e harmonia com a criação.
Os Estigmas de Francisco nos lembram que estamos a caminho do Reino de Deus. Só então receberemos a plenitude da vida e da alegria. O grito de amor e de dor dos Estigmas dá-nos a bússola do caminho, lembra-nos que o sofrimento não tem a última palavra e convida-nos a não temer tocar e partilhar as feridas de muitos.
Das feridas uma nova vida é possível! Feliz Festa de São Francisco a todos vocês!
Fonte: https://www.ofm.org