A celebração aconteceu na Paróquia São Francisco das Chagas, em Belo Horizonte, e foi presidida pelo vigário Provincial, Frei Vicente Ronaldo da Silva, e contou com um grande número de frades, familiares e amigos dos professandos.
Na manhã do dia 2 de fevereiro, quando a Igreja celebra a Apresentação do Senhor e o Dia da Vida Religiosa Consagrada, os frades Gustavo Junior Andrade dos Reis e Pedro Henrique Ferreira Duarte emitiram seus votos definitivos na Ordem dos Frades Menores, na Província Santa Cruz.
A celebração aconteceu na Paróquia São Francisco das Chagas, em Belo Horizonte, e foi presidida pelo vigário Provincial, Frei Vicente Ronaldo da Silva, e contou com um grande número de frades, familiares e amigos dos professandos, além de religiosos e religiosas de diversas congregações.
O Ministro Provincial, Frei Vicente Paulo do Nascimento, acolheu os votos dos irmãos, num gesto inédito, por ser o primeiro ministro provincial irmão leigo da OFM no Brasil.
“Hoje temos motivos para celebrar e bendizer a Deus, a nossa Fraternidade Franciscana da Província Santa Cruz, recebe nessa celebração a Profissão Solene, dos dois confrades: Frei Gustavo Andrade e Frei Pedro Henrique que assumem o compromisso de consagrar sua vida solenemente e definitiva na OFM.
Gratidão a Deus pelo chamado e pela vocação de cada um de vocês. Tive a graça de acompanhá-los como formador em seu itinerário vocacional. Fazendo memória e recordando o processo de acompanhamento, rendo graças a Deus pelo amadurecimento humano e espiritual de vocês, que deixaram ser formados e conduzidos pela ação do Espirito Santo e na Escola do nosso Mestre e Senhor, Jesus de Nazaré.
Gratidão aos familiares e aos pais de Frei Gustavo e de Frei Pedro Henrique, que ofertam e apresentam os seus filhos ao templo e santuário do Senhor.
… Na consagração franciscana, abraçamos o Cristo pobre e Crucificado sentido último de nossa vida e missão. O Evangelho é a nossa regra de vida e projeto. Somos chamados a viver a fraternidade e minoridade como expressão de nossa consagração a Deus e à humanidade”.
Uma chuva torrencial caiu durante a celebração, mas não tirou a alegria dos presentes em testemunhar a doação de vida destes nossos irmãos.
Louvamos e agradecemos a Deus pelo dom da Vida Religiosa Consagrada, sobretudo por se fazer presente na vida de Frei Gustavo e Frei Pedro, que emitiram seu compromisso definitivo de seguir as pegadas de nosso Senhor Jesus Cristo, nos passos de Francisco e Clara de Assis.
A celebração encerrou com o agradecimento dos Freis Gustavo e Pedro Henrique.
O que é, o que é?
A vida parece uma grande charada, uma brincadeira profunda, mas, no fundo, bem séria, em que cada um de nós procura seu significado. Tentamos tecer um novo ponto, uma nova história uma roupa que, em vez de se ajustar ao nosso corpo, acaba se alargando cada vez mais. Viver é uma roupa sempre larga, à procura de ser preenchida, tomada cada vez mais pelo mistério de viver. O fenômeno da vida pode até ter uma explicação biológica, mas viver transcende, escapa da nossa vontade de definir “o que é, o que é”. Talvez viver seja uma grande poesia em aberto, à espera de ser preenchida por versos e estrofes, muitas vezes sem métrica.
Nesses versos sem métrica está nossa família. Talvez seja nela que começamos a aprender as primeiras letras, palavras e frases para compor o poema da vida, da nossa história. Esse poema não permite que se apaguem as palavras; no máximo, podemos riscar, mas nunca apagar. A palavra riscada expressa algo de nós e contribui para a escrita da palavra seguinte sendo essencial para formar o verso que escrevemos no hoje da vida. Assim, nossos versos são uma abertura à vida, porto de chegada e partida, lugar onde começaram a ser escritos, tecidos por nossos corpos a nossa história de vida.
“O que é, o que é?” Após tecermos o viver na família, tecemos o viver com as outras pessoas que conhecemos ao longo da vida. Às vezes, fazemos até versos juntos, contudo sem perder a autoria daquilo que escrevemos. São amigas e amigos que costuramos no percurso da vida, pessoas que encontramos e que nos inspiram a tecer de outro modo. Muitas vezes, essas pessoas nos ensinam, de alguma maneira, a tentar responder à charada da vida, que nos indaga sem se cansar. “O que é, o que é”?
“O que é, o que é?” Viver implica que cada um de nós procure um sentido para os pontos no tecido, palavras, sentidos que formamos ao longo do tempo. A Vida Religiosa Consagrada é uma dessas roupas que costuramos e que precisa permanecer sempre larga para acolher generosamente o outro. São Francisco de Assis é um exemplo dessa roupa larga, pois ele começou a tecer uma roupa há mais de 800 anos; talvez ainda estejamos aprendendo a costurá-la para que ela seja um lugar largo de acolhida e de vida digna.
Gratidão à Província Santa Cruz que, na pessoa de nosso Ministro Provincial, Frei Vicente de Paulo do Nascimento, OFM que nos acolhe nesta fraternidade que, inspirada pelo Espírito Santo e pelo exemplo de Francisco de Assis, nos auxilia a continuar tecendo uma roupa que alargue o viver e nos aproxime, sobretudo, dos mais pobres e sofredores do nosso tempo. Agradecemos profundamente a todos os presentes que nos ajudaram a tecer esta celebração litúrgica e o almoço festivo (na pessoa do pároco Frei Gabriel de Lima Neto, nós agradecemos a solicitude da Paróquia São Francisco das Chagas, músicos e acólitos) e tantas outras pessoas que, pela fragilidade da memória, não conseguimos lembrar agora.
Ora, seria muita pretensão nossa querer resolver a charada: “O que é, o que é?” da vida. Mas podemos agradecer a Deus por nos chamar a esse grande mistério que é viver, por termos a oportunidade de encontrar lugares e pessoas que, a seu modo, nos nutrem e inspiram tecer nossa história.
Diante do grande mistério que é viver, encerramos este agradecimento com as palavras de Gonzaguinha sobre a vida:
Eu fico com a pureza das respostas das crianças:
É a vida! É bonita e é bonita! …