Há sempre um caminho novo a ser percorrido do esvaziamento ganancioso de nossas gavetas às reservas egoístas de nossos corações.
Após terem, em 2022, se dedicado à elaboração do Projeto de Vida da Fraternidade [PVF], neste ano de 2023, a Fraternidade Rivotorto, em retiro, foi convidada a rezar o Projeto de Vida Pessoal [PVP], conforme as Orientações para elaboração do Projeto de Vida Pessoal, roteiro elaborado pelo Secretariado de Formação e Estudos da Província Santa Cruz.
Iniciando com a eucaristia votiva ao Espírito Santo, invocando-o a advogar por cada um dos frades nestes dias, o presidente da Liturgia destacou o sempre novo tema da conversão.
No evangelho conservado pela comunidade de Mateus 12,38-42, Jesus recrimina as cidades de Judá, pois seus habitantes não o acolhem com singeleza e estão a exigir sinais, milagres. Entretanto, as cidades pagãs, como Nínive, se tivessem visto os milagres que Jesus realizava nas cidades judias, certamente haveriam e se converter.
Assim, salta-nos aos olhos o tema da conversão sob múltiplos ângulos. O trabalho de transformação, de conversão leva tempo e só termina, quando a vida termina. Estamos, como franciscanos, sempre nos convertendo em orantes mais límpidos, menos preocupados conosco mesmos, cada vez mais mergulhados no Senhor?
Há sempre um caminho novo a ser percorrido do esvaziamento ganancioso de nossas gavetas às reservas egoístas de nossos corações.
Há sempre essa conversão ao mais abandonado, aos que estão jogados à beira do caminho. A grande conversão de Francisco de Assis se deu quando, de fato, beijou a miséria da carne fétida de um leproso. O doce tornou-se lhe amargo e o amargo, doce. E, segundo suas próprias expressões: depois desse abraço, desse beijo, ele deixou o mundo, converteu-se. Entrou na atmosfera de Deus.
E nós quando nos convertemos de fato a Deus? Qual foi a sua experiência de conversão?