Santa Rosa de Viterbo, TOF (1334-1252), V., canonizada por Calixto III e 1457.
Embora não seja uma personagem de envergadura na história universal, esta jovem santa não deixa de causar admiração e provocar simpatia pela extraordinária precocidade na graça.
Nasceu em Viterbo, cidade do Lácio, em 1234. Dizem as lendas a seu respeito que não tinha mais de três anos quando fez o seu primeiro milagre, ressuscitando uma tia materna. Aos oito anos já tinha o dom do êxtase e aos dez anos recebeu da Virgem Maria o conselho de tomar o hábito da Terceira Ordem Franciscana.
Com essa idade de dez anos empreendeu a primeira missão contra o imperador herege José Frederico II, que andava em guerra aberta com o Papa e tinha ilicitamente ocupado a cidade. A menina Rosa, percorria as ruas e praças de Viterbo a pregar contra o déspota, ao mesmo tempo que fazia estrepitosos milagres. Como ainda era pequenina, para poder ser ouvida com mais facilidade, tinha de subir em alguma pedra e até as pedras cresciam debaixo dos pés para ela ficar mais alta.
Aos 15 anos, considerada perigosa para a ordem pública, foi expulsa da cidade, transferiu-se para Soriano, onde continuou a cruzada contra o imperador, até que em uma manhã, depois de ter rezado na igreja, anunciou que Frederico II tinha morrido. A notícia foi confirmada no dia seguinte por mensageiros.
De Soriano, Rosa passou a Vitorquiano, onde havia um homem que se fazia passar por mágico e andava a ludibriar toda a gente. A jovem sugeriu que acendessem na praça principal da terra uma grande fogueira e saltou para cima dela, permanecendo três horas no meio das chamas. Quando finalmente saiu, totalmente ilesa, sem um cabelo sequer chamuscado, o presumido mágico deu-se por vencido e caiu-lhe aos pés.
Regressou a Viterbo, já com 16 anos, e quis entrar no convento para passar em recolhimento e oração o resto da vida. Mas não foi aceita pelas monjas de Santa Maria das Rosas, que não entendiam a santidade tão extravagante daquela jovem. Rosa aceitou a recusa com calma e paciência e comentou sorrindo. “Não me querem receber em vida, mas vão me acolher com gosto depois de morta”.
Durante dois anos, continuou seu apostolado como terceira franciscana, desgastando a sua juvenil energia no exercício da mais ardente caridade. Morreu em 1253, com apenas 18 anos, e tal como predissera, o Papa Alexandre IV, que se encontrava em Viterbo, por três vezes teve visões da jovem morta. Em 1258, mandou transferir o corpo da santa para a igreja de Santa Maria das Rosas. A solene trasladação teve lugar no dia 4 de setembro, data que se fixou como dia da comemoração litúrgica de Santa Rosa de Viterbo. O seu corpo, ainda hoje, passados mais de sete séculos, se conserva incorrupto. Naquela igreja, rodeado da afetuosa e alegre veneração dos seus cidadãos.