Um olhar de quem ajudou a construir e viu Terça feira, dia 25 demaio, finalizando o mês Mariano, aconteceu o sarau franciscano. Essa atividade fez parte do Encontrão de Lideranças Pastorais da Província Santa Cruz, que ocorreu de forma on-line, na busca de manter acesa a esperança que resiste, como um pavio que ainda fumega.
Um olhar de quem ajudou a construir e viu
Terça feira, dia 25 demaio, finalizando o mês Mariano, aconteceu o sarau franciscano. Essa atividade fez parte do Encontrão de Lideranças Pastorais da Província Santa Cruz, que ocorreu de forma on-line, na busca de manter acesa a esperança que resiste, como um pavio que ainda fumega.
Com o apoio técnico/humano do Colégio Santo Antônio e do Centro Franciscano de Defesa de Direitos, a Secretaria de Missão e Evangelização buscou com galhardia construir este projeto, aliando as belezas da arte à formação lúdico contemporânea.
O nervosismo natural dos atores laicos era visível na concentração que antecedeu à apresentação. Palco escuro, posicionados, flores caíram no acender das luzes. O tom do marrom franciscano reforçava a vida do laranjado forte que predominava nas cores das vestimentas femininas, enfeitando o espaço.
A apresentação foi um passeio pelos sertões e veredas brasileiras, com caminhar lento, porque agora não mais adiantava a pressa. Na abertura, comparou-se nossa existência a uma história bem contada por um excelente contador de “causos” e orquestrada quase que de forma Divina e de um jeito memorável, confirmado com o brilho e iluminado do futuro que nos espera, conectando nossos pontos numa fusão plenificada e universal.
Não podia dar errado! Reinventamos a vida e nos libertamos nos versos de Cecília Meirelles. Ficou doce sentir a extração das espinhas e cravos que nos incomodam, como diz Adélia Prado. O carinho completou-se com um xodó, revelando a vulnerabilidade do ego, que escancara o meu, o seu, o nosso viver.
Deus certamente não ficou alheio, incomodado, emergiu conosco dos escombros e mazelas tão presentes neste tempo de mortes e, agora, ávido a fecundar o chão, revisita seu povo e pede que estejamos de mãos dadas. Não há descanso quando a caminhada se dá pela vastidão do País.
A ancestralidade tremeu quando o negro gritou, dançou, transpirou a testa, firmando seu brilho pelo suor que escorre, agora do esforço da dança e do sabor das palavras mascadas, remoídas, como ratifica Conceição Evaristo.
Reafirmamos a Mãe Terra, sempre grávida, sempre fecunda e fecundável, pronta para parir enquanto o açoite se aproxima. Mas a beleza da conexão se revela sob o véu da efemeridade. Essa força da ligadura, conforme Cecília, nos aproxima de uma conversa com Deus, que nos entende na doçura, sabedor da dureza do viver, anuncia uma bruma leve que sussurra aos nossos ouvidos: Tu vens! Tu vens! Revirado estou com os teus sinais!
Que a via pulchritudinis (do belo) possa aquebrantar as dificuldades na busca de nossos sonhos mais verdadeiros e confirmar que não podemos perder a ternura, o encantamento, a difusão do conhecimento e a vontade de acolher o outro.
Fonte: Laci Santos- Coordenador de Projetos e Pastoral do Centro Franciscano de Defesa de Direitos
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