Ao único Deus sábio, por Jesus Cristo, a Ele a glória pelos séculos dos séculos! Amém (Rm 16,27).
O segundo dia do capítulo provincial da Província Santa Cruz iniciou com a celebração Eucarística presidida por Frei Jonas Nogueira da Costa, ofm, e concelebrada por Dom Frei Hugo Maria van Steekelenburg, ofm, e pelo diácono Frei Jhonatan de Jesus Luiz, ofm, na capela do Seminário Seráfico Santo Antônio, em Santos Dumont – MG.
A reflexão do evangelho foi feita pelo Frei Vítor Vinícios da Silva.
Reflexão – Terça-feira, 15 de outubro: Lucas 11, 37- 41
Caros irmãos e irmã,
Reunidos ao redor do altar, ensejamos o alimento para nossas vidas, estamos em fraternidade a fim de celebrar, avaliar e projetar nossos projetos e somos iluminados pelo farol do mestre Jesus Cristo. Nesta liturgia, Jesus é convidado a sentar-se à mesa de um fariseu, sendo está uma atitude típica do mestre que não faz distinção – mesmo sendo um fariseu – e atípica da sociedade do seu tempo que faz separações. Seu gesto gera admiração ou, para melhor entendermos, podemos trocar este verbo por escandalizar, pois sua atitude é contrária as leis vigentes daquela época. Seus opositores estavam sempre na espreita para apanhá-lo em flagrante, desejavam insistentemente sua prisão e condenação, pois seus gestos eram contrários ao ethos social.
Nessa multidão que seguia Jesus, sempre há dois lados, aqueles que seguiam porque o amavam e porque gostavam de ouvir suas palavras de libertação, como nos reafirma a primeira leitura, e aqueles que o seguiam porque o detestavam e carregavam maldade no coração. Entretanto, Jesus não os proibia de estar entre os seus, tinha ciência e, mesmo assim, reafirmava sua boa notícia, sua missão de colocar a vida acima da lei. Assim, Jesus nos instrui, nessa liturgia, a sermos educadores do coração, somos chamados a “destruir com o pressuposto de edificar” as nossas vidas, como ouvimos ontem na celebração.
Hoje, Jesus reflete sua liturgia, de maneira especial, na labuta diária das professoras e professores que modelam corações de tantos e tantas. No evangelho que nos alimenta, os seguidores se escandalizam porque Jesus não fez as abluções antes do almoço, pois eram pessoas educadas a legalidade da pureza de que deixar de lavar as mãos e os pés antes das refeições era motivo de condenação e exclusão. Entretanto, que saibamos educar nossa sociedade para que haja escândalo, não diante de legalismos supérfluos, mas diante de tanta desvalorização dos trabalhadores, em especial da educação, de cenários de guerra, corrupção, invisibilização de corpos e outras tantas feridas. O mestre nos ensina que o interior é o primeiro passo para o seguimento, é preciso estarmos atentos ao coração para que não caiamos na legalidade estéril que nos leva a uma cultura de morte. Que sejamos como nossos professores/as que ensinam com amor e coragem, que não abandonam aqueles que sem entusiasmo se perdem no caminho da vida, mas que continuam como Jesus em sua missão, anunciando, sem fazer acepção entre pessoas boas e más, pois sua mensagem é para todos – e aqui registramos nossos confrades que entregam suas vidas nessa missão bela.
Em consonância com nossa vocação franciscana, sejamos grandes mestres que buscam moldar os corações de todos aqueles que encontramos pelo caminho. Como Santa Teresa de Jesus, celebrada também no dia de hoje, sejamos educadores da fé que transformam vidas, sejamos nós educadores que promovem a transformação da sociedade ao educar com amor e dedicação. Assim, que nossa fraternidade provincial, à luz do exemplo de Santa Teresa, seja composta de educadores da fé que ama o próximo, que ama a missão e ama o povo, sobretudo os mais pobres, e que sejamos corajosos para olhar para dentro de nós, questionarmos nossas próprias motivações e a cultivar a libertação das amarras, pois a verdadeira educação é aquela que forma cristãos conscientes, que vivem em harmonia com os outros e promovem a transformação.
Ao único Deus sábio, por Jesus Cristo, a Ele a glória pelos séculos dos séculos! Amém (Rm 16,27).
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