A conferência de encerramento abordou o tema: “A polarização política no cenário mundial e na realidade brasileira, o avanço conservador e as respostas coletivas do Serviço Social em defesa da vida-liberdade”.
3º Dia – Sexta-Feira – 05/12/2025
O terceiro dia do CBAS promoveu 10 plenárias simultâneas, que trataram dos seguintes assuntos: tecnologias da informação e comunicação; as práticas familistas; a luta anticapacitista; o fundo público e a seguridade social; a internacionalização das lutas; o combate à tortura; o trabalho da categoria no SUAS, na previdência, no sociojurídico e na educação.
A exposição de trabalhos permanece durante todo o evento, espaço em que é possível estar em contato com as autoras e autores e trocar conhecimento sobre os diversos assuntos em debate.
A equipe de Serviço Social participou da Plenária 1 e 3. Na Plenária 1 – As tecnologias da informação e comunicação TIC e os impactos no trabalho profissional e na plataformização das políticas de Seguridade Social que apontaram esta nova forma de acesso como excludente, deixando as pessoas em situação de vulnerabilidade e pobreza ainda mais desprovidas de seus direitos. Na Plenária 3 – A luta anticapacista e os desafios para o trabalho profissional de assistentes sociais reforçou a necessidade de o tema ser debatido de forma transversal em toda grade curricular do curso de serviço social e que assistentes sociais e sociedade de forma geral precisam compreender, acolher e somar forças para que as pessoas com deficiência tenhas seus direitos garantidos e preservados.
Na parte da tarde a equipe foi em peso para a Plenária 4 – O trabalho de assistentes sociais na educação. O tema foi de encontro aos trabalhos que apresentamos no Congresso e agregou bastante ao nosso fazer profissional. O Serviço Social da Associação Franciscana é de vanguarda e há muito já realiza o que ainda não é realidade em muitas escolas pelo Brasil. O serviço de assistentes sociais e psicólogos na educação só se tornou lei em 2019 e a caminhada e luta pela implementação ainda está em andamento. Os debates foram ricos e falaram sobre os desafios e possibilidades de atuação!
4º Dia – Sábado – 06/12/2025
Arte e cultura, formação profissional, movimento antimanicomial, produção intelectual negra, defesa da saúde pública, atuação profissional e organização política foram alguns dos temas debatidos nas rodas de conversa realizadas neste sábado no 18º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais.
Assistentes sociais, estudantes e profissionais de diversas áreas lotaram os auditórios para dialogar com docentes, pesquisadoras(es) e representantes de movimentos sociais em seis rodas simultâneas, acompanhadas por lançamentos de livros e exposição de pôsteres.
De 09 às 13h a equipe de Serviço Social do CSA apresentou novamente o Pôster GRATUIDADE EDUCACIONAL: um olhar para o futuro, Luana Calixto apresentou o Pôster EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA GLOBAL: contribuições do assistente social por meio da lei 13.935 para a educação básica e Janaína Andrade apresentou o Pôster MEMÓRIA SOCIAL E PERSPECTIVAS: A Comissão de Educação e Serviço Social do CRESS-MG e os caminhos para a consolidação da inserção profissional na educação básica em Minas Gerais.
O evento também integrou o Cine CBAS, que exibiu dois filmes em sessões pela manhã e à tarde: “30 anos de Instrumentalidade do Serviço Social: histórico e legado” e o documentário “Previdência Social: 100 anos de lutas”.
Comprometido com a participação ampla, o 18º CBAS estruturou diversos recursos de acessibilidade: espaço infantil para diferentes idades, sala de amamentação, área de descompressão para pessoas com deficiência, além de serviços de estenotipia e audiodescrição — garantindo que mais pessoas pudessem acompanhar as atividades.
Encerramento – Domingo – 07/12/2025
O maior encontro do Serviço Social no país terminou neste domingo, em Salvador (BA). O 18º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) marcou sua primeira edição presencial após a pandemia, reunindo 4.500 participantes entre 3 e 7 de dezembro de 2025, em uma programação intensa com debates, rodas de conversa, apresentações, conferências e exibição de filmes, movimentando a capital baiana.
O último dia começou de forma emocionante. A assistente social Tatiany Araujo, integrante da Rede de Assistentes pelo Direito de Decidir, abriu as atividades denunciando os feminicídios dos últimos anos e homenageando as mulheres vítimas de machismo, racismo e misoginia. Em um auditório lotado, reforçou o desejo de que todas as mulheres vivam com segurança, sem medo e com liberdade para ocupar os espaços que desejarem.
Mesmo ausente presencialmente, a deputada federal e assistente social de formação, Luiza Erundina, marcou presença de forma simbólica. Antes da conferência final, foi lida uma mensagem enviada por ela, na qual reafirmou seu compromisso com as pautas da categoria, seu apoio à defesa das políticas públicas e aos projetos de lei em tramitação na Câmara Federal que fortalecem o exercício profissional e a Seguridade Social.
A conferência de encerramento abordou o tema: “A polarização política no cenário mundial e na realidade brasileira, o avanço conservador e as respostas coletivas do Serviço Social em defesa da vida-liberdade”.
João Pedro Stédile, economista e fundador do MST, analisou o quadro político atual, destacando desafios para fortalecer a luta anticapitalista em diálogo com as agendas de diversidade. Segundo ele, todo o sistema atual reforça o modo de vida capitalista que exclui, mata e afasta as pessoas.
Angela Abuk, transativista, trouxe reflexões sobre o agravamento da polarização e as dificuldades enfrentadas pelas esquerdas para ampliar estratégias de resistência. Falou da importância do movimento feminista acolher a comunidade transexual para que esta união proteja todas as mulheres vítimas de violência. Reforçou que devemos subir a ladeira por VIDA e LIBERDADE.
Encerrando, Eblin Farage, professora da UFF, reforçou a urgência de afirmar um projeto de emancipação da classe trabalhadora, articulado às práticas profissionais do Serviço Social, num entendimento importante de que também somos classe trabalhadora e precisamos nos unir aos movimentos dos trabalhadores por melhores condições de vida e trabalho.
A mesa final contou com representantes da Enesso, Abepss, CRESS-BA e CFESS. A conselheira do CFESS apresentou a prestação de contas, destacando que o CBAS é financeiramente autossustentável, contando apenas com inscrições, recursos do Conselho e apoios institucionais. Também ressaltou a presença de participantes de vários países da América do Sul, da África e da Europa.
A presidenta do CFESS, Kelly Melatti, celebrou o êxito do congresso e reafirmou o compromisso da categoria com a direção social que orienta a profissão, convidando quem não pôde participar a integrar a próxima edição.













