No segundo dia do capítulo provincial, os frades fizeram o chamado “dia de recolhimento”, um tempo reservado para reflexão e oração.
No segundo dia do capítulo provincial 2022, após a oração matinal na capela do Seminário Seráfico Santo Antônio, em Santos Dumont – MG, os capitulares se dirigiram à sala capitular. Primeiramente Frei Saulo José Duarte transmitiu as mensagens enviadas aos capitulares e, em seguida, Frei Humberto Fernando Leite apresentou a redação da ata do dia anterior.
No segundo dia do capítulo provincial 2022, os frades fizeram o chamado “dia de recolhimento”, um tempo reservado para reflexão e oração. Esse dia é dedicado à oração, contemplação e meditação, um dia de retiro e inspiração. O confrade capuchinho Frei Luiz Carlos Susin assessorou as reflexões deste dia conduzindo as meditações do recolhimento do nosso capítulo. A temática adotada nas reflexões girou em torno do lema do capítulo: “Todos vós sois irmãos: testemunho de esperança para nosso tempo”. Na partilha, Frei Luiz Carlos Susin abordou o tema da fraternidade desde as perspectivas bíblica, franciscana e pastoral (Encíclica Fratelli Tutti).
Na parte da tarde, os frades se reuniram na capela para um momento penitencial, conduzido por Frei Adilson Corrêa da Silva. A meditação partilhada nesta ocasião se encontra ao final da matéria.
Ao findar do dia, os capitulares se reuniram novamente na capela da comunidade para a celebração eucarística de encerramento do dia de recolhimento. Ainda pela noite, às 20h, os presentes se dirigiram à sala capitular para participar das comunicações.
Os frades seguem reunidos em capítulo provincial até o dia 10 de janeiro, segunda-feira. Para saber como foi o primeiro dia do Capítulo Provincial da Província Santa Cruz, clique aqui.
Equipe de Comunicação do Capítulo: Frei Pedro Henrique Ferreira Duarte e Frei Robério Antunes Ruas.
Reflexão penitencial no Capítulo Provincial 2022
Prezados irmãos, paz e bem! Com fé e coragem nos reunimos nesta hora, enquanto comunidade de fé, proclamando a Misericórdia de Deus. Fazer penitência é confiar na acolhida amorosa do Pai. Deus nos ama e nos perdoa, nós necessitamos também amar e perdoar a nós mesmos e aos outros.
A centralidade da mensagem evangélica está na acolhida misericordiosa de Deus. No capítulo 15 do Evangelho de Lucas temos a parábola do Pai Misericordioso, que mostramos esta tríplice dimensão da Divina Misericórdia: o pai que ama os dois filhos, as personalidades diferentes que possuem e o respeito ao caminho que escolhem viver, mesmo que isto lhe cause sofrimento.
Do filho mais jovem, o pai acolhe a decisão de pegar sua parte da herança e partir. Este não é um gesto comum, de maneira geral, a herança só recebida após a partida do pai. O coração amoroso do pai não se paralisa, mas deixa partir, o amor concede liberdade. Do filho mais velho, o pai acolhe toda a fidelidade, responsabilidade e compromisso. Consegue perceber a bondade do coração, embora, perceba também a arrogância de se sentir dono de tudo. Fazendo de toda sua fidelidade uma moeda de troca, para que o pai realize toda sua vontade.
A misericórdia extrapola todo nosso conceito de perdão, é um gesto extraordinário! Nas palavras do Eminente Cardeal José Tolentino de Mendonça: “A misericórdia é um gesto unilateral. Não importa quem errou. Sou sempre eu que tenho de dar o primeiro passo para a reconciliação”.
O filho mais jovem, depois de tanto sofrimento, humilhação e dor, decide voltar, mesmo não tendo a certeza da plena acolhida. Busca força na experiência amorosa, na companhia de seu pai. Ao mínimo passo de retorno, de busca, de arrependimento recebe todo acolhimento do pai. Assim é o perdão de Deus que acolhe sem perguntas, sem humilhações, sem castigo. Este filho é perdoado e agora vive. Sendo perdoado, perdoa a si mesmo e retoma a sua vida entre os seus.
A postura do filho mais velho não nos surpreende, pois sempre esteve com o pai. Sua fidelidade, respeito e amor o faz acreditar que o pai não deveria agir assim com seu irmão que pecou. Mas, a misericórdia do pai não tem limites e faz o filho mais velho entender que sempre estiveram juntos. É preciso perdoar o outro, pois Deus ama a todos e perdoa sempre.
São Francisco, o penitente de Assis disse: “Se o pecado do outro tira a minha paz, eu me torno tão pecador quanto ele”. Justiça não é vingança, mas é agir com equidade. O pecado do outro deve gerar em mim a compaixão.
Portanto, na experiência da misericórdia deve ser assim: acreditamos no perdão de Deus, acreditamos no perdão do outro e devemos nos perdoar. Dos três o mais desafiante é o auto-perdão, pois somos orgulhosos para reconhecer e perdoar nossas fraquezas. Queremos sempre ser fortes e auto-suficientes.
Que este momento penitencial nos ajude a crescer nesta perspectiva. Paulatinamente busquemos o perdão e a força para perseverarmos no caminho do bem. “O perdão é um atributo dos fortes. Os fracos não perdoam jamais” (Mahatma Gandhi).
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