“Oremos à Mãe de Deus e nossa Mãe”, concluiu o Papa, “para que no novo ano possamos crescer nesse amor gentil, silencioso e discreto que gera vida, e abre caminhos de paz e reconciliação no mundo”.
Em sua reflexão durante a oração do Angelus neste primeiro dia do ano, o Papa destacou o silêncio com que Maria acolhe Jesus e, em seguida, recordou o silêncio de tantas mães: “olhemos para Maria e, com o coração agradecido, pensemos e olhemos também para as mães, para aprender aquele amor que é cultivado sobretudo no silêncio.”
O Papa Francisco, junto com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, rezou a oração do Angelus no primeiro dia de 2024, solenidade da Santíssima Mãe de Deus, e confiou a proteção de Maria “o novo tempo que nos foi dado”. O Santo Padre, em sua alocução destacou o silêncio de Maria:
“O silêncio da Mãe é uma bela característica. Não se trata de uma simples ausência de palavras, mas de um silêncio cheio de admiração e de adoração pelas maravilhas que Deus está realizando. Maria – observa São Lucas – guardava todas essas coisas, meditando-as em seu coração (2,19). Dessa forma, ela abre espaço dentro de si para Aquele que nasceu; em silêncio e adoração, ela coloca Jesus no centro e dá testemunho d’Ele como Salvador.”
Catedral do silêncio
Francisco afirmou que Maria é Mãe não apenas porque carregou Jesus em seu ventre e o deu à luz, “mas porque o traz à luz, sem ocupar seu lugar”. Ela, continuou o Papa, “permanecerá em silêncio também sob a cruz, na hora mais sombria, e continuará a abrir espaço para Ele e a gerá-Lo para nós”.
O Pontífice apresentou aos fiéis a citação de um religioso e poeta do século XX, que escreveu: “Virgem, catedral do silêncio”. Para Francisco essa é uma bela imagem, pois “com seu silêncio e sua humildade, Maria se tornou a primeira catedral de Deus, o lugar onde Ele e o homem podem se encontrar”.
“Também nossas mães, com seu cuidado escondido, com seu carinho, muitas vezes são magníficas catedrais do silêncio. Elas nos trazem ao mundo e continuam a nos seguir, muitas vezes sem serem notadas, para que possamos crescer. Lembremo-nos disto: o amor nunca sufoca, o amor abre espaço para o outro e o faz crescer.”
Rejeitar todas as formas de posse, opressão e violência
“Olhemos também para as mães”, enfatizou o Papa, “para aprender aquele amor que é cultivado sobretudo no silêncio, que sabe dar espaço ao outro, respeitando sua dignidade, deixando a liberdade de se expressar, rejeitando todas as formas de posse, opressão e violência. Há tanta necessidade disso hoje!”, sublinhou o Papa, que em seguida, recordou um trecho da Mensagem para o dia Mundial da Paz que também é celebrado hoje:
“A liberdade e a coexistência pacífica são ameaçadas quando os seres humanos cedem à tentação do egoísmo, do interesse próprio, do desejo de lucro e da sede de poder. O amor, por outro lado, é feito de respeito e gentileza: desse modo, ele rompe barreiras e ajuda a viver relações fraternas, a construir sociedades mais justas e humanas, mais pacíficas.”
“Oremos à Mãe de Deus e nossa Mãe”, concluiu o Papa, “para que no novo ano possamos crescer nesse amor gentil, silencioso e discreto que gera vida, e abre caminhos de paz e reconciliação no mundo”.
Fonte: vaticannews.va
Foto: pexel fotos gratuitas