Canastra: berço da Marcha, chão da esperança

Frei Renieverton Telles de Oliveira, OFM

Nos dias 28 e 29 de junho de 2025, Capitólio, no coração da Serra da Canastra, voltou a pulsar com a mística do carisma franciscano, da memória viva e da esperança que não decepciona. Foi realizado, com grande alegria, o evento da Pré-Marcha Franciscana 2025, preparando nossos corações e passos para mais uma edição desse caminho que há 25 anos une fé, ecologia, justiça e fraternidade.

Foi aqui, em Capitólio, que tudo começou. Neste chão sagrado, cercado pela beleza exuberante da criação, os primeiros passos da Marcha Franciscana foram dados. Aqui, muitos ousaram sonhar, de pés descalços sobre a terra e com o coração ardente pelo Evangelho de Jesus Cristo, vivido à maneira de Francisco e Clara de Assis.

Por isso, este encontro foi mais do que uma preparação: foi tempo de memória viva. Recordamos com gratidão aqueles e aquelas que vieram antes de nós e abriram as trilhas da fraternidade, da justiça e da paz. Seus passos ecoam ainda hoje nos nossos cantos, na nossa oração e na nossa luta.

Foi também tempo de celebração, de contemplar os frutos que brotaram dessa caminhada ao longo dos anos. Com cantos, danças, partilhas e celebrações, renovamos nossa identidade de peregrinos e peregrinas da esperança, especialmente neste Ano Jubilar, que nos chama a recomeçar com coragem, fé e ternura.

Na noite do dia 28, celebramos a Eucaristia presidida por Frei José Aguinaldo Querobino, momento de profunda espiritualidade e comunhão. Em seguida, partilhamos um jantar festivo com a participação da Banda Municipal de música Rainha dos Lagos e o Coral Municipal Vanda Menezes, fortalecendo os laços de amizade e celebração.

Já no dia 29, logo ao amanhecer, iniciamos uma caminhada de 12 km até o Morro do Chapéu, num percurso repleto de mística, oração e companheirismo. Durante a caminhada foi plantada uma árvore e fixada uma placa comemorativa, como símbolo do Jubileu de 25 anos da Marcha Franciscana, reafirmando nosso compromisso com a criação e com a história que nos trouxe até aqui.

No alto do Morro do Chapéu, vivemos um momento orante, com dinâmicas e gestos de fraternidade que renovaram nossa vocação de peregrinos da esperança. Cada passo ecoou o desejo de continuar construindo um mundo mais justo, ecológico e fraterno.