“A cidade voltou à paz pouco depois e tratou de preservar os direitos dos cidadãos”
Autores[1]:
Prof. Miguel Vitor de Araujo Vieira
Prof. Frei Laércio Jorge ofm
Tomás de Celano[2] pode dar-nos uma dica, a partir do que relata em Arezzo: “A cidade voltou à paz pouco depois e tratou de preservar os direitos dos cidadãos”. Reconhecer e preservar direitos é muito mais do que simplesmente reverberar as mais belas narrativas de Independência. Não há como viver independente diante da fome, da guerra, da ganância, do preconceito e de tantas outras formas que não garantam liberdade e vida plena para todos.
Trata-se o direito adjetivado por uma economia de consumo, por meio de políticas assistenciais como: minha casa minha vida; móveis brancos; primeiro carro; e outras. O direito não pode ser adjetivado, ele por si, se basta. No contexto atual, de um capitalista disfuncional e exacerbado, o que se espera é que essa reflexão ajude a compreender melhor a formação do país e os desafios que ainda enfrentamos. A busca por uma sociedade mais justa e inclusiva, em uma palavra, independente, precisa ser de todos.
REFERÊNCIAS
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[1] Os autores são professores e atualmente Mestrandos em Ciências Sociais, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais [2022 – 2024]
[2] Tomás de Celano foi um frade católico medieval da Ordem dos Franciscanos, um poeta e também um escritor, sendo autor de três obras biográficas sobre São Francisco de Assis.