Experiências da Missão Cururu

Experiências da Missão Cururu

O rio ainda está bastante baixo, suas corredeiras ficam mais agitadas próximas às cachoeiras, então, iremos até um povoado chamado Ramal do Bena para embarcarmos.

Relato: Frei Bruno

Este pequeno relato nasce da alegria em poder estar junto aos frades da Custodia São Benedito da Amazônia, na V Caravana São João Batista junto ao Povo Mundururku, na Missão Cururu.

Minha jornada iniciou na madrugada fria do dia 01/07 às 02h e 30 min quando sai em direção ao Aeroporto de Confins em Belo Horizonte. De BH a Brasília, Brasília a Belém e finalmente Belém a Santarém aterrissando as 13:40. Frei Edilson, ministro custodial, me aguardava. Uma viagem tranquila com os pensamentos voltados para a missão.

Fiquei hospedado no convento em Santarém até o dia 06/07/22. Nestes dias, foi muito agradável a convivência com os frades. Tive a oportunidade de experimentar uma das comidas típicas regionais, o famoso franguinho de leite (galetinho) assado na brasa. Frei Edilson me disse que a viagem seria dívida em 3 momentos. Santarém até Itaituba, Itaituba até Jacareaganga ou Jacaré (apelido dado pelo povo da região), e Jacaré até Missão Cururu.

No sábado à noite chegaram os frades estudantes de Filosofia, que moram em Manaus, para esta jornada: freis Diogo, Walter e Jailson, que já conhecia pela passagem em nossa província para o tempo de noviciado.  

Saímos no dia 06/07 às 08h e 45min rumo à cidade de Itaituba, a famosa cidade da Pepita. Trouxemos na viagem algumas coisas que íamos precisar na missão e também alguns chocolates, bolachas para passar o tempo. Mais ou menos 15:30 avistamos o majestoso rio Tapajós com suas balsas para travessia de pessoas, carros e caminhões carregados de grãos. Num embalo suave atravessamos por 20 min o rio chegando à margem da cidade da Pepita.

Frei Lauro nos aguardava com um café. Tempo para descanso? Não! Precisávamos organizar o carro com as outras compras que estavam em Itaituba para fazer a segunda parte da viagem. Momento de pensar e analisar como iriamos colocar mais coisa no carro que já estava bem cheio. Fazendas de panos, 1 máquina de costura, dentre outros objetos foram devidamente colocados no carro. Frei Paixão nos preparou para o jantar Chicken alla Cacciatore. Saímos de Itaituba às 08h e 45min rumo à Jacareaganga após rezarmos com a comunidade e tomarmos juntos um café da manhã. Nesta ocasião, tive a oportunidade de conhecer Dom Wilmar, bispo da Prelazia de Itaituba, que muito alegre me partilhou a bonita passagem de Frei Higor no tempo de presença aqui na Custódia. Não só Dom Wilmar, mas o povo de Deus lembrou com respeito e afeto o carinho que eles têm pelo nosso confrade.

Quase 400 km de chão batido. Viagem linda por suas paisagens deslumbrantes, mas não deixa de ser um pouco tenso o percurso já que estamos falando da transamazônica onde milhares e milhares de carros, caminhões transitam e numa velocidade bem alta.

Chegamos às 17:00 horas da tarde em Jacareaganga, debaixo de muito sol, poeira. A passagem pelo portal da cidade nos possibilitava afirmar que estávamos a quase 900 km de Santarém. Enquanto escrevo este texto, ouço os aviões de pequeno porte que vem e vão levando alimentos, combustível, dentre outras possibilidades aos garimpos da região. Neste momento, estamos hospedados na casa paroquial da cidade organizando os últimos detalhes para subir o rio de voadera, nome dado a uma lancha maior que faz o transporte de carga e pessoas pelos rios nesta região. Sairíamos hoje pela manhã para missão, mas, frei Edilson precisou organizar umas coisas e vamos sair amanhã pela manhã. O rio ainda está bastante baixo, suas corredeiras ficam mais agitadas próximas às cachoeiras, então, iremos até um povoado chamado Ramal do Bena para embarcarmos. Serão mais 90 km de estrada até o local.

Em breve escreverei mais contando um pouco desta rica experiência que estou tendo a oportunidade de participar.

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